Francieli Fantinato, que pediu exoneração no último dia 30 de junho, deve falar sobre vacinas e imunização de gestantes
A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde Francieli Fantinato presta depoimento, nesta quarta-feira (7/7), à CPI da Covid. Francieli pediu exoneração no último dia 30 de junho. E começou fazendo um mea culpa sobre sua passagem pelo órgão.
“Por que o maior programa de vacinação do mundo teve dificuldade de executar seu papel? O programa sabia o que fazer e sempre soube”, questionou. “Faltaram, sob a minha coordenação, quantitativo suficiente de doses suficiente para uma campanha e uma campanha publicitaria”.
Segundo ela, houve esforço para ser manter comunicação com gestores dos estados e municípios. “Para um programa ter sucesso é preciso ter vacina e uma campanha publicitária efetiva. Infelizmente, não tive nenhum dos dois”, apontou.
“Eu deixei o cargo por questões pessoais. Estou desde 2019 na coordenação do PNI e, pelos últimos acontecimentos da politização do assunto em relação à vacinação, decidi seguir meus planos pessoais”, contou.
O relator Renan Calheiros perguntou, então, quem seria os responsáveis por essa politização. Fantinato, porém, não deu nomes. “Esse tema está bastante politizado por diversos membros, há falas públicas de diversos membros”, apontou.
“Essa politização do assunto trouxe até para mim uma condição de investigada sem ser ouvida. Eu entrar na condição de investigada, sem nem falar, mostra a politização do assunto”, disse.
Acompanhe:
PNI
O PNI é ligado ao Departamento de Imunização e doenças transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e é responsável por definir os calendários de vacinação considerando a situação epidemiológica, com orientações específicas para crianças adultos, gestantes, idosos e povos indígenas.
Os senadores querem tratar da vacinação de gestantes com mais de um imunizante e da responsabilidade de gestores públicos pelo atraso nos primeiras meses da campanha de imunização.
Ademais, a ex-coordenadora, por sua atribuição, lidava com diversas vacinas, e os senadores querem aprofundar as investigações a respeito da Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
Francieli Fantinato também foi alvo de quebra de sigilos telefônico e telemático por parte da comissão de inquérito. Ela foi convocada, a princípio, para uma acareação com a infectologista Luana Araújo, que quase assumiu a Secretaria Extraordinária ao Enfrentamento à Covid-19, mas os parlamentares optaram por ouvi-la sozinha.