Estudo aponta que quantidade de infecções na cidade onde surgiu a epidemia foi subestimada pelas autoridades
Uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China revelou que os casos de infecção por Sars-CoV-2 em Wuhan foram minimizados. De acordo com o trabalho, divulgado nesta segunda-feira (28/12), cerca de 500 mil pessoas teriam sido infectadas na cidade epicentro da pandemia. Segundo os dados oficiais do governo chinês, o número de infecções no local teria sido de 50,3 mil casos.
A análise dos pesquisadores usou como base amostras de sangue de 34 mil pessoas de Wuhan e de outras cidades chinesas, como Pequim, Liaoning, Xangai, Jiangsu, Guangdong e Sichuan.
A partir da taxa de prevalência dos anticorpos, os resultados mostraram que 4,43% da população de Wuhan havia sido infectada pelo coronavírus um mês após o país conter a primeira onda de casos — o equivalente a cerca de 487 mil pessoas, número quase dez vezes maior que os 50.354 casos confirmados oficialmente por autoridades locais.
Nas demais cidades chinesas, a taxa de prevalência de anticorpos para coronavírus foi bem menor: 0,44%, em média. O dado indicaria, segundo o CDC, que o avanço da pandemia estaria contido na China.
O comunicado do órgão regulador chinês não informou sobre a publicação dos dados em revistas científicas – o que implica na revisão e na validação dos resultados por outros pesquisadores e cientistas.
Metrópoles