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Em busca de mais informações sobre a gravidade da doença e a necessidade de auxílio respiratório dos pacientes, pesquisadores do King’s College, em Londres, identificaram que os pacientes diagnosticados com a Covid-19 podem ser separados em seis grupos diferentes.
De acordo com os cientistas, as características que definem cada grupo podem auxiliar no atendimento e no monitoramento dos pacientes como, por exemplo, prever qual deles tem mais chance de precisar de cuidados intensivos.
O estudo se baseou em dados compartilhados no COVID Sympston Study App, um aplicativo alimentado pelos próprios pacientes. Apesar de relatos de febre, tosse seca e perda de olfato serem bastante comuns, há inúmeros outros. Os pesquisadores coletaram queixas de enxaquecas, dores musculares, fadiga, diarreia, confusão mental, perda de apetite, dificuldades respiratórias, entre outros.
Para chegar aos seis grupos diferentes de Covid-19, os cientistas usaram dados de 1,6 mil pessoas que responderam ao questionário do aplicativo entre março e abril, além de outros 1 mil de um banco de dados próprio.
Os seis tipos identificados foram: gripe sem febre, gripe com febre, gastrointestinal, grave nível um (fadiga), grave nível 2 (confusão mental) e grave nível 3 (dores abdominais e problemas respiratórios).
A partir da identificação dos grupos, o estudo passou a investigar a relação dos sintomas com a maior probabilidade de o paciente necessitar de assistência respiratória.
A conclusão e e que os grupos 1, 2 e 3 tinham frequência baixíssima (de 1,5 a 3,3%) entre os que precisavam de auxílio de oxigênio. Já nos tipos 3, 4 e 5, a porcentagem subia: 8,6 %, 9,9% e 19,8%. Já o grupo 6, enquadrado como grave nível 3 (dores abdominais e problemas respiratórios), a necessidade era quase de 50%.
A equipe também notou que aqueles que pertenciam aos tipos graves de grupos 1, 2 e 3 tinham maior probabilidade de serem mais velhos e mais frágeis, estar acima do peso e apresentarem outros tipos de comorbidades.
Os pesquisadores, então, desenvolveram um modelo para prever em qual grupo um paciente se enquadra e seu risco de exigir hospitalização e suporte respiratório, com base na idade, sexo, IMC (índice de massa corporal) e condições pré-existentes. O esperado é que a escala funcione para detectar quem precisará de cuidados mais intensivos.