O Distrito Federal registra o primeiro óbito por infecção do novo coronavírus. A vítima Viviane Rocha de Luiz, de 61 anos, assessora técnica e responsável pela Câmara Técnica de Vigilância Sanitária do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Ela morreu no fim da manhã da última segunda-feira (23/3), mas o caso não foi divulgado. Isso ocorreu porque o primeiro exame específico de Covid-19 deu inconclusivo e só foi possível confirmar por meio de contraprova, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Viviane deu entrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na madrugada no domingo passado (22/3). Ela estava com febre e desconforto respiratório. Ela teve contato com um paciente confirmado com coronavírus, de São Paulo. Entre as comorbidades, a assessora técnica tinha obesidade mórbida, hipertensão arterial sem tratamento e era ex-fumante.
A paciente ficou internada, no entanto, o caso se agravou. Ela faleceu às 11h40 de segunda-feira (23), após uma parada cardiorrespiratória. Especialistas realizaram um exame, que deu inconclusivo para coronavírus. O resultado da contraprova deu positivo para SAR-COV2 no sábado (28/3).
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou a morte. “Ontem, por volta da meia noite, 28, foi confirmado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz – RJ) o resultado positivo da contraprova para o novo Coronavírus (SAR- COV2). Portanto, trata-se da primeira vítima oficial do Covid-19 no Distrito Federal”, informou o texto. A pasta também destacou que “todos aqueles que tiveram contato direto com a vítima estão sendo monitorados pela autoridade sanitária do Distrito Federal.”
Nota de pesar
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Grupo Temático de Vigilância Sanitária (GTVisa) divulgaram uma nota conjunta lamentando a morte de Viviane Rocha de Luiz. As entidades destacaram a importância da vítima. “É com grande pesar que recebemos e comunicamos a notícia do falecimento da companheira, Viviane Rocha de Luiz. (…) Viviane participou dos movimentos que contribuíram para a construção do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, e a partir do ano de 1999 foi uma presença e um apoio fundamental para os avanços e superação de desafios do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e na Comissão Intergestores Tripartite-CIT”, informou.
“Nestes tempos de dificuldade para o Brasil e o mundo, lastimamos que seja uma das primeiras companheiras levadas pela pandemia. Viverá sempre em nossos corações e em nossa lembrança, pela alegria, companheirismo e crença num sistema de saúde inclusivo e equitativo. A ela nossa gratidão. A seus entes queridos nossa solidariedade nessa dor”, finalizou o texto.
(CB)