Percentual de óbitos nessa faixa etária passou de 58% para 27,9%, segundo dados da Codeplan. Apesar da redução proporcional, números absolutos de mortes cresceram em todas as faixas etárias neste ano.
O Distrito Federal registra queda na proporção de mortes de pessoas com mais de 70 anos por Covid-19, desde o início da campanha de vacinação. Os pacientes nessa faixa etária representaram mais da metade das mortes mensais ocorridas durante toda a pandemia, e foram 58% das vítimas em janeiro, quando começou a imunização. Em abril, o índice caiu para 27,9% – o menor percentual já registrado.
Os dados fazem parte de levantamento da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A pesquisa considera os registros da Secretaria de Saúde até 18 de abril, quando a capital tinha 7.210 vítimas da pandemia, 960 delas neste mês. Na última semana, o GDF já apontava a redução de idosos internados entre os impactos da imunização (saiba mais abaixo).
Na faixa etária de 70 a 79 anos, a proporção de vítimas era de 25,9% das mortes em janeiro – 83 ao total. Neste mês, foram 18,5%, sendo 178 ao todo.
Na primeira onda da Covid no DF, que teve ápice entre julho e agosto, as pessoas com mais de 70 anos representavam metade das vítimas. O cenário mudou no mais recente pico.
Número de mortes em 2021 no DF por faixa etária
Idade | Janeiro | Fevereiro | Março | Abril (até dia 18) |
Mais de 80 anos | 103 | 86 | 211 | 90 |
70 a 79 anos | 83 | 82 | 341 | 178 |
60 a 69 anos | 65 | 69 | 332 | 285 |
50 a 59 anos | 42 | 27 | 206 | 206 |
40 a 49 anos | 19 | 26 | 163 | 137 |
30 a 39 anos | 6 | 5 | 68 | 50 |
0 a 29 anos | 3 | 3 | 16 | 14 |
Impacto da vacinação
A proteção da vacina contra a Covid-19 ocorre em eficácia máxima cerca de duas semanas após a aplicação da segunda dose, de acordo com especialistas. A imunização de pessoas com mais de 80 anos começou em 29 de janeiro. Já os idosos com mais de 70 anos foram inseridos no grupo prioritário gradualmente, entre 8 de fevereiro e 22 de março.
A vacina CoronaVac tem a segunda dose aplicada em até 28 dias após a primeira. Já o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca é reforçado 90 dias depois – sendo assim, o processo ainda não foi concluído em todos os contemplados.
No entanto, pesquisas indicam que a vacina Oxford/AstraZeneca tem 76% de eficácia após três semanas da primeira aplicação.
Em coletiva de imprensa na última semana, o chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, citou dados de um recorte de uma pesquisa da Codeplan, encomendada pelo GDF, sobre a faixa etária das pessoas internadas por Covid-19 na capital.
Segundo o secretário, houve uma redução de 86% entre os pacientes com mais de 80 anos nos primeiros 10 dias de abril, comparado ao mesmo período de janeiro. Já entre pessoas com 75 e 79 anos, com menor tempo de imunização, a queda foi de 11,8%.
“Esses dados são importantes. Primeiro, porque mostra que a imunização realmente está surtindo efeito. Tanto que o público já foi vacinado está diminuindo a sua internação, ao passo que os jovens, [de quem] a gente vem chamando atenção constantemente pela necessidade de cuidado e de cautela, vem aumentando muito a contaminação e internação”, afirmou o chefe da Casa Civil.
Em recentes pronunciamentos, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, relaciona o aumento de internações e o período mais letal da pandemia à maior circulação da variante P1. Encontrada primeiro no Amazonas, ela apresenta maior risco de morte e é considerada predominante no DF atualmente.
De acordo com Okumoto, com a identificação da variante, a pasta “consegue ter um levantamento mais preciso do porquê nós tivemos tão grande quantidade de pacientes que necessitaram de internação nas unidades de saúde”.