O segundo caso provável de coronavírus foi descartado no Distrito Federal. Uma paciente que estava internada no Hospital Home, da Asa Sul, teve alta na madrugada desta quinta-feira (27/02/2020). A garota e a mãe, que também chegou a apresentar sintomas da doença, viajaram recentemente para a Itália. Um terceiro caso, no Hospital Santa Lúcia, da Asa Norte, ainda aguarda confirmação.
O paciente internado no Santa Lúcia é um homem que visitou a Austrália, um dos 16 países com incidência da doença. Ele deu entrada na unidade de saúde nessa terça-feira (25/02/2020) com os sintomas. A Secretaria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF foi acionada e acompanha o caso.
Um primeiro exame foi realizado no hospital. O procedimento é chamado de Filmarray. É por meio do teste que é possível detectar qual vírus infectou o paciente. O resultado fica pronto em até três horas. No caso do brasiliense, o exame não identificou nenhum vírus conhecido.
Com isso, há, ainda, possibilidade de detectar o Covid-19 (coronavírus). Um outro exame, mais especifico, é realizado em São Paulo. O resultado, entretanto, ainda não saiu. O prazo é de até 48 horas, a depender do laboratório. A partir da resposta, caso seja positiva, o Ministério da Saúde fará uma contraprova, que confirma ou descarta, oficialmente, o diagnóstico. O paciente está consciente e apresenta melhoras no estado clínico.
As suspeitas de coronavírus em análise no Distrito Federal deixaram a capital do país em alerta. Três hospitais da rede pública estão preparados para receber pacientes com suspeita ou até com o diagnóstico confirmado para contaminação pelo coronavírus.
DF em alerta
As suspeitas de coronavírus em análise no Distrito Federal deixaram a capital do país em alerta. Três hospitais da rede pública estão preparados para receber pacientes com suspeita ou até com o diagnóstico confirmado para contaminação pelo coronavírus.
Além do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), considerado referência para atendimentos à população local, o Hospital de Base (HBDF) e o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) têm protocolo específico para o tratamento de casos notificados pela Secretaria de Saúde, a depender da vulnerabilidade do paciente.
Outras medidas são proibir a doação de sangue de quem tenha viajado para países endêmicos, como China e Itália nos últimos 30 dias. Em outras frentes, como no transporte público, o Metrô-DF quer a instalação de equipamentos com álcool em gel nas estações. Para o governador Ibaneis Rocha (MDB), a capital está preparada.
De acordo com o Plano de Contingência para a Epidemia da Doença, criado pela pasta neste mês, as unidades receberão pacientes a partir do quadro clínico. No caso de crianças ou adolescentes até 14 anos e grávidas, por exemplo, o Hmib será o hospital de referência para o diagnóstico e o tratamento do novo vírus.
Já o Hospital de Base ficará responsável pelo acolhimento de pessoas com sintomas mais graves e as chamadas imunossuprimidas – em tratamento de HIV/Aids, de câncer do sangue, gânglios ou ínguas e ainda aqueles que fazem uso de corticoesteróides em doses que possam reduzir reações imunológicas.
Saiba como prevenir
- Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
- Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
- Usar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir o nariz e a boca ao espirrar e tossir;
- Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
- Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter ambientes bem ventilados;
- Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
O documento ainda estabelece que os casos suspeitos sem sinais de gravidade poderão ser encaminhados para isolamento domiciliar. Ficam enquadrados nesse perfil os doentes que não apresentarem problemas respiratórios (dispneia) e desidratação, por exemplo. Eles poderão se recuperar em casa, desde que os exames tenham sido realizados e a Vigilância Epidemiológica tenha autorizado alta hospitalar.
Segundo a Secretaria de Saúde, nesse caso específico, a locomoção para a casa do paciente com suspeita de contaminação do vírus deverá ser feita com transporte sanitário e monitorada por especialistas para orientação dos familiares.
O acompanhamento da evolução do caso se dará pela Atenção Primária de Saúde (APS), cujos profissionais receberão treinamento adequado quanto ao uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e manejo clínico. “Os profissionais da APS poderão reencaminhar os pacientes para as unidades de referência, caso haja piora na evolução clínica”, ressalva.
Plano de Contingenciamento da Secretaria de Saúde define as unidades hospitalares a depender do quadro clínico da suspeita de contaminação.
Nessa quarta-feira, o governador Ibaneis Rocha (MDB) assegurou que o Distrito Federal está pronto para combater eventual epidemia de coronavírus entre os brasilienses. A declaração foi dada após a Secretaria de Saúde ser notificada sobre ao menos novos dois casos suspeitos de contaminação. No país, 20 são investigados. Outro, de um morador de São Paulo, foi confirmado.