Ao participar de um debate on-line promovido por um centro universitário do Distrito Federal, nesta terça-feira (19/05), o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) durará por anos no Distrito Federal. O chefe do Executivo local ressaltou ter adotado todas as medidas mais duras logo após o surgimento da doença. E considerou ser normal, após 67 dias, haver queda nos índices de isolamento social das cidades do DF.
“Temos de adotar políticas rápidas, porque senão o sistema de saúde vai colapsar, pois os recursos não são suficientes. A economia vai sofrer durante muitos anos. Os impactos econômicos decorrentes dessa pandemia vão se alastrar durante muitos anos, não só no Brasil, mas no mundo todo”, destacou Ibaneis Rocha.
Durante o encontro, que também contou com a participação do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, o governador afirmou ter adotado na capital do país os procedimentos mais bem-sucedidos no mundo para o enfrentamento da Covid-19, como em Singapura. Agora, frisou, as medidas precisarão ser outras,
“No Distrito Federal, estamos há 67 dias com medidas restritivas. Então, chega-se a um ponto em que o isolamento social vai caindo naturalmente. Chegamos a ter 70% de isolamento social. Não existe fiscalização pública que dê conta. Chega um determinado tempo que a gente precisa de outras medidas”, afirmou Ibaneis, ao destacar a distribuição de máscaras e álcool em gel à população.
Segundo Ibaneis Rocha, haverá agravamento do número de casos, especialmente pela chegada do novo coronavírus às regiões mais pobres do Distrito Federal. Mas, conforme o governador, o sistema de saúde pública está preparado para atender os pacientes acometidos pela doença.
Divergências
Segundo Ibaneis Rocha, houve um problema de comunicação política entre os poderes quando o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou apenas nas mãos dos governadores a responsabilidade pelo combate à Covid-19 no país, dizendo caber aos chefes dos Executivos locais, e não à União, o direcionamento das medidas de isolamento social.
“Quando eu falei, na semana passada, que não receberia mais pacientes de outros estados, fui criticado. E amigos juristas até me questionaram sobre a constitucionalidade da decisão. Eu estava amparado pelo Poder Judiciário, que, se no muito me autorizou a realizar um lockdown, no menos eu poderia não atender mais pacientes de outros estados”, argumentou o governador do DF.
*Metrópoles