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O novo coronavírus infectou 1.116 profissionais de Saúde e de Segurança Pública no Distrito Federal, desde o começo da pandemia até essa terça-feira (02/06). Em 2 de maio, 335 trabalhadores das duas áreas tinham sido contaminados. Ou seja, o número de infectados triplicou em 30 dias.
Os dados fazem parte da série de boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Saúde. Segundo o informe, na terça-feira 754 profissionais de saúde foram contaminados. Há 30 dias, 158 tinham sido infectados. O número de casos quadruplicou entre os trabalhadores de unidades de Saúde do DF.
No caso dos profissionais de Segurança Pública, neste mês o total de infectados chegou a 362. Em maio, foram contaminados 177. Percentualmente, o aumento foi de 104,5%.
O boletim soma casos da rede pública e particular de Saúde. Segundo a Secretaria de Saúde, os dados divulgados diariamente são de pacientes que tiveram Covid-19 e declararam ser profissionais de saúde, sem a discriminação da área em que atua e se está lotado em uma unidade pública ou privada.
Conforme levantamento do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), nesta quarta-feira (03/06), o número de enfermeiros contaminados chegou a 124. Em 25 de maio, 71 tinham sido infectados.
De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), no Hospital de Base, 90 profissionais testaram positivo para Covid-19, sendo que 17 estão afastados e 73 estão curados e trabalhando.
No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), o número de casos chegou a 52. Deste total, 16 estão afastados e 36 retornaram às atividade.
UPAs
Entre as unidades de pronto atendimento (UPAs) o maior número de casos está em Samambaia. Até quarta-feira, 62 profissionais que atuam na cidade foram contaminados. Atualmente, cinco estão afastados, enquanto 57 foram curados.
As UPAs de Ceilândia, Sobradinho, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e Recanto das Emas tiveram, respectivamente, sete, seis, 10, 9 e 16 casos. Mas da metade dos profissionais está curada. Os demais estão em isolamento residencial.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), 38 militares tiveram teste positivo para a Covid-19, enquanto 37 estão com suspeita da doença.
Preocupação
Do ponto de vista do presidente do Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF), Farid Buitrago, o aumento de casos entre os profissionais de Saúde é elevado e preocupante, pois indica a falha na proteção de médicos e enfermeiros.
“Além disso, isso significa que a rede de Saúde fica desfalcada de profissionais experientes para o tratamento dos doentes”, alertou.
Segundo o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do DF (Asof-PM), tenente-coronel Jorge Eduardo Naime, a contaminação de policiais era esperada. “Nossa atividade é essencial. Não tem como não correr risco. Não tem como a PM deixar de combater o crime”, afirmou.
Naime pede a colaboração dos brasilienses. “Pedimos para a população que use máscara, faça a higiene pessoal e siga as orientações previstas nos decretos do governo. Isso dá uma segurada na curva de contaminação do vírus e diminui as chances de policiais serem contaminados nas ruas”, ponderou.
De acordo com presidente da Asof, a PMDF tem feito todo o possível para preservar a saúde da tropa. “Todas as medidas foram e estão sendo tomadas. Até um drive thru para testes foi montado. Não há omissão do Comando”, afirmou.
“Desde o início, as autoridades já sabiam que mais de 70% da população será contaminada. O esforço é para diminuir a curva de contágio para não sobrecarregar as UTIs dos hospitais”, explicou. O governo está promovendo a volta gradual das atividades. Nesta quarta-feira, os parques foram reabertos.
Outro lado
O Iges afirmou que oferece equipamentos de proteção individual (EPIs) para os colaboradores e que montou uma cabine de desinfecção. Segundo o instituto, foram realizadas mais de 7,5 mil capacitações de profissionais para o enfrentamento da Covid-19.
Segundo o CBMDF, estão marcha ações de orientação, prevenção e cuidado da tropa. Foram estabelecidos protocolos para evitar o contágio de bombeiros durante o serviço, indo desde a distribuição de EPIs até testes para diagnóstico.
Já a Secretaria de Saúde informou que, desde o início de abril, todos os profissionais, de todas as unidades de Saúde do DF, estão passando por testagem. A pasta reforça que as equipes são treinadas para o manejo de casos suspeitos de Covid-19 nas próprias unidades onde estão lotados. “Profissionais que prestam assistência diretamente aos pacientes com Covid-19 seguem os fluxos de atendimento preconizados no Plano de Contingência da SES”, disse.
Ainda de acordo com a Saúde, há EPIs disponíveis em todas as unidades e novos têm sido comprados. Por fim, a pasta tem ampliado o quadro funcional e a carga horária de diversos servidores para reforçar o atendimento. Um edital é preparado para contratar 900 profissionais que integrarão banco de reservas. No momento, há 118 servidores do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) hospedados nos hotéis do projeto Acolher.
*Com informações do Metrópoles