O navio chegou no último sábado (22) à cidade de Busan para os exercícios militares conjuntos anuais de EUA, Coreia do Sul e Japão
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A Coreia do Norte disparou, nesta quarta-feira (26), o que parecia ser um míssil hipersônico em meio a um dos momentos mais tensos dos últimos anos na península coreana. O lançamento, no entanto, terminou com uma explosão em pleno voo, informou Seul.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que o míssil foi lançado durante a manhã perto de Pyongyang e, segundo o Ministério da Defesa japonês, caiu no Mar do Japão após percorrer mais de 200 quilômetros a uma altitude que chegou a cerca de 100 quilômetros.
Um militar sul-coreano falou à agência de notícias AFP que o projétil parecia emitir mais fumaça do que o normal, o que sugere a possibilidade de um problema de combustão. Agências de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciaram uma análise detalhada para entender o que aconteceu no lançamento, segundo comunicado do Estado-Maior Conjunto de Seul.
A ação ocorre após a Coreia do Norte prometer uma “demonstração avassaladora e nova de dissuasão” ante a chegada de um porta-aviões dos EUA ao seu vizinho do Sul, o que Pyongyang considerou uma provocação, segundo a agência de notícias Yonhap. Antes desta quarta, o último lançamento de míssil da Coreia do Norte havia acontecido há quase um mês, no dia 30 de maio.
O navio chegou no último sábado (22) à cidade de Busan para os exercícios militares conjuntos anuais de EUA, Coreia do Sul e Japão. O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, embarcou no porta-aviões nesta terça-feira (25) e afirmou que o envio simbolizava o compromisso de Washington com Seul, ainda de acordo com a agência.
Como esperado, funcionários desses três países criticaram Pyongyang, dizendo que a ação viola múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça à paz e estabilidade da região.
O Comando Indo-Pacífico dos EUA também condenou a ação e pediu à Coreia do Norte que se abstenha de atos ilegais. “Embora tenhamos avaliado que este evento não representa uma ameaça imediata ao pessoal ou território dos EUA, ou aos nossos aliados, continuamos a monitorar a situação”, disse o órgão em um comunicado.
Em ações que podem aumentar ainda mais a tensão na península, a Coreia do Sul e os EUA fizeram, também nesta quarta, exercícios militares conjuntos com os caças F-22 e F-35, e Seul realizou exercícios de tiro perto da fronteira marítima com o Norte pela primeira vez desde a suspensão do pacto militar intercoreano, no início do mês.
A interrupção do acordo foi a mais grave consequência da crise que se abriu entre os dois países após a Coreia do Norte enviar centenas de balões com lixo ao Sul, em represália às ações de ativistas sul-coreanos que mandam infláveis com dinheiro, remédios e panfletos anti-Pyongyang no sentido contrário.
Estima-se que o regime norte-coreano já enviou cerca de 2.000 balões desde o final de maio. Nesta quarta, três pistas do aeroporto internacional de Incheon, na Coreia do Sul, foram interditadas por cerca de três horas após infláveis irem parar perto do terminal, segundo um porta-voz. De acordo com o funcionário, essa não é a primeira vez que o aeroporto precisa interromper temporariamente suas atividades devido aos balões.