No acumulado do primeiro semestre, as contas registraram um déficit de R$ 11,46 bilhões, o melhor resultado desde 2022. Pagamento menor de sentenças judiciais colaborou para o saldo.

As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 44,3 bilhões em junho, informou Tesouro Nacional nesta quarta-feira (30).
O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
- O resultado representa uma piora em comparação com junho do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 40,8 bilhões (corrigido pela inflação).
📈 Os números mostram que a receita líquida (após transferências aos estados e municípios), mesmo com recorde para o mês com a ajuda do aumento do IOF, recuou 0,1% em termos reais em junho, atingindo R$ 169 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado aumento de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As despesas totais somaram R$ 213,3 bilhões em junho, com uma alta real de 1,6%.
Primeiro semestre
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um déficit de R$ 11,46 bilhões, segundo dados oficiais.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 67,37 bilhões, houve uma melhora nas contas.
Esse também foi o maior saldo positivo para o primeiro semestre desde 2022, quando foi contabilizado um superávit de R$ 64,8 bilhões.
- A melhora no resultado das contas do governo no primeiro semestre também está relacionada à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que ficou R$ 31,4 bilhões menor.
- Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
- O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a “diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025”.
📈 Nos seis primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 2,8% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 1,13 trilhão.
📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 1,14 trilhão de janeiro a junho deste ano, com uma queda real de 2,4% no período.
Meta fiscal
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024.
- Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
- Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.