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Um inimigo invisível que até o início do ano não era conhecido e que já matou mais de 425 mil pessoas ao redor do planeta. Uma ameaça que nos surpreende diariamente porque ainda não está completamente descrita pela ciência.
Do outro lado, o mundo inteiro. A maior parte das pessoas está acuada dentro de casa. Outras na linha de frente, tratando os doentes, contando os mortos e buscando estratégias para escaparmos da mais grave crise de saúde pública do nosso tempo.
Neste momento, uma das principais frentes de guerra contra a Covid-19, infecção provocada pelo novo coronavírus, é a científica – que ocorre em quatro campos de batalha. Conheça cada um deles:
Vacinas (prevenção)
Entre as 136 vacinas em estudo atualmente, 10 estão em fase clínica, com testes em humanos. Apenas uma se encontra na fase 3 – o momento de testagem maciça. A vacina desenvolvida pela Universidade Oxford é a que está em estágio mais avançado.
Em média, a criação de uma vacina demora 10 anos. Por conta da emergência mundial e de todos os interesses envolvidos, o processo está bastante acelerado e a promessa é de que, ainda este ano, pelo menos um método de imunização seja lançado. Para obter os resultados, os pesquisadores se aproveitam de técnicas semelhantes desenvolvidas para outros vírus e as adaptam ao Sars-CoV-2.
Anticorpos (tratamento)
Os anticorpos – substâncias de defesa fabricadas naturalmente pelo corpo quando um microrganismo é identificado pelo sistema imune – são uma das apostas científicas para tratar os pacientes infectados pelo coronavírus.
Há duas técnicas principais em avaliação. Uma delas se baseia em retirar o plasma – parte líquida do sangue que contém os anticorpos – de uma pessoa que se recuperou da doença e injetá-lo em pacientes que estão internados. A ideia é que os anticorpos daquele que foi curado ajudem o organismo de quem está enfermo. Essa técnica já vem sendo testada inclusive no Distrito Federal.
O segundo método procura identificar, em laboratório, anticorpos que funcionem contra o coronavírus para, em seguida, tentar reproduzi-los em grande escala. A partir daí, os anticorpos seriam aplicados de forma intravenosa nos pacientes, permitindo a neutralização do invasor. Várias empresas de biotecnologia do mundo já anunciaram passos importantes nesse campo.
Medicamentos (tratamento)
Cloroquina (malária), Remdesivir (ebola), Azitromicina (pneumonia)… Nos últimos seis meses, temos nos familiarizado com o nome de alguns medicamentos que têm sido alçados como esperança para o tratamento da Covid-19. Até o momento, entretanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não reconhece nenhum remédio como capaz de curar ou prevenir o novo coronavírus.
Por já estarem no mercado, os fármacos pulam boa parte do tempo necessário de desenvolvimento. Mas, nesse campo, o desafio é justamente comprovar que uma fórmula desenvolvida para outra doença é segura e eficaz para tratar a Covid-19. A maneira de avaliar os resultados, a grosso modo, é tentativa e erro – algo que segue padrões bastante rigorosos de pesquisa quando o que está em jogo é a vida humana.
Diagnóstico (controle da doença)
O Sars-CoV-2 é um vírus altamente infeccioso – boa parte dos prejuízos que vem causando está relacionada ao seu alto poder de contágio. Para controlar a doença, o mundo precisa ter informações rápidas e precisas de diagnóstico. Hoje, há vários métodos que conseguem detectar o vírus, mas criar soluções práticas, acessíveis e confiáveis é um desafio imposto para retornarmos ao mundo de antes da pandemia.