Cinco cúmplices de Glaidson Acácio viajaram para Ilha de Punta Cana logo após o Faraó ser preso. Dois deles têm prisão preventiva decretada
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Rio de Janeiro – Cinco comparsas de de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoins”, estão vivendo em Punta Cana, Ilha do Caribe, para escapar da prisão no Brasil. Os cúmplices viajaram para o paraíso na República Dominicana um dia antes de o ex-garçom ser preso em uma operação da Polícia Federal, deflagrada em 25 de agosto e que terminou com a prisão de Glaidson, acusado de fraude no mercado de criptomoedas
Segundo o jornal O Globo, cinco deles foram para o Caribe porque seria realizada uma festa de lançamento do programa de compliance da GAS Consultoria Bitcoin. O Faraó dos Bitcoins e outros sócios, que foram presos, também tinham viagem marcada antes de serem detidos. Pelo menos dois comparsas de Glaidson que estão em Punta Cana têm mandado de prisão preventiva.
Conforme a publicação, consultores da GAS, que estiveram no Caribe no mesmo período, afirmaram que os casais João Marcus Dumas e Larissa Viana Ferreira Dumas; e Vicente Gadelha Rocha Neto e Andrimar Morayma Rivero Vergel permaneceram em Punta Cana.
Todos foram denunciados por fazer parte da organização criminosa liderada por Glaidson, além de Victor Lemos de Almeida Teixeira, este último indiciado pela Polícia Federal no inquérito sobre o caso. Contra dois deles, João Marcus e Vicente, foram expedidos mandados de prisão preventiva pela Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Festa no Caribe
No dia 23 de agosto, cerca de 500 pessoas, entre sócios e consultores da GAS, chegaram na República Dominicana em dois voos fretados pelo Faraó dos Bitcoins. Todos estavam hospedados no Barceló Bávaro Palace, um dos mais conhecidos e luxuosos resort de Punta Cana, para o lançamento no programa de compliance e o anúncio de parceria da GAS com uma instituição bancária, cujo nome não foi revelado.
As diárias do hotel custam a partir de US$ 217 (R$ 1.184,47 na conversão). Ainda segundo O Globo, o evento na República Dominicana repetiria a ostentação do encontro de fim de ano da GAS, em 2020. A empresa promoveu uma super festa no Costão do Santinho, em Santa Catarina. Para expressar a satisfação com os resultados financeiros, o Faraó dos Bitcoins permitiu que os cerca de 500 convidados levassem a família, incluindo filhos, com direito a uma esticada no Beto Carrero World.
Mais de 570 processos
Glaidson Acácio transformou o sonho de lucros de 10% sobre os valores investidos pelos clientes em pesadelo. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já tem ajuizadas 577 ações contra o Faraó dos Bitcoins e a GAS Consultoria, principal empresa do grupo.
Os investidores pedem na Justiça o dinheiro de volta, o cancelamento dos contratos e o pagamento de danos morais. No último dia 26 de outubro, a juíza da 3ª Vara Cível, Maria Cristina Slaibi, determinou a reserva de R$ 244 mil das contas da GAS Consultoria para pagar o investidor Ralmi Luiz da Silva, um engenheiro aposentado, de 64 anos.
A decisão da magistrada foi encaminhada à Justiça Federal. Isso porque o juiz da 3ª Vara Federal Criminal, Vitor Barbosa Valpuesta, determinou o bloqueio de R$ 38,2 bilhões da GAS Consultoria e suspendeu, ainda, as atividades de 22 empresas do grupo.