Como satélite criado no DF pode ajudar no estudo de eventos climáticos em todo país?

AlfaCrux cruzou espaço por dois anos, entre 2022 e 2024. Projeto foi desenvolvido pela Universidade de Brasília e Fundação Apoio à Pesquisa do DF.

Por Iana Caramori, g1 DF

Por dois anos, um nanossatélite criado no Distrito Federal orbitou pelo espaço. O AlfaCrux foi lançado, em 2022, a bordo do foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. 

🚀 O objetivo era estudar a possibilidade de coletar dados sobre eventos climáticos, além de capacitar profissionais em missões espaciais.

Renato Borges, professor da UnB e coordenador do projeto, conta que a pesquisa pode auxiliar em questões como: 

• Políticas públicas
• Regulação de questões relacionadas com balanço de carbono
• Controle de recursos hídricos
• Sistemas de emergência para combate às queimadas

Em parceria com a Fundação Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), a Universidade de Brasília (UnB) mobilizou uma equipe de 25 pesquisadores do Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais para o projeto. Foram cerca de 5 anos de trabalho.

“Do ponto de vista científico, foram vários trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorados. Do ponto de vista tecnológico, temos hoje um legado importante dentro do laboratório”, diz Renato Borges.

🛰️ Os pesquisadores, agora, contam com uma estação de comando e controle para missões de pequeno porte, e um simulador de pequenas missões espaciais moderno para missões futuras.

“Esses resultados permitem o treinamento constante da equipe, a continuação do desenvolvimento científico e tecnológico, suporte ao projeto de novas missões espaciais, e a investigação constante dos dados coletados pelo AlfaCrux”, afirma o professor.

Nanossatélite AlfaCrux — Foto: Lodestar/UnB/Reprodução 

Ao retornar à Terra, em abril deste ano, o nanossatélite AlfaCrux cumpriu a sua missão, mas se desintegrou na atmosfera. Mesmo assim, era preciso celebrar os resultados e, por isso, foi criada uma réplica em tamanho real que será exposta no Planetário de Brasília a partir de quinta-feira (24). 

A chegada do AlfaCrux também é um presente para celebrar o meio século do planetário completado este ano (veja detalhes abaixo). 

Projetos futuros

Nanossatélite AlfaCrux — Foto: LODESTAR/UnB/Reprodução 

O nanossatélite que saiu do Distrito Federal e que cruzou o espaço foi apenas o primeiro passo para os pesquisadores da UnB desenvolverem um sistema de coleta de dados de referência para estudos climáticos. 

“Uma unidade de monitoramento remoto capaz de coletar, armazenar e transmitir dados ambientais de superfície e solo de áreas preservadas, que sirvam como referência, tem sido uma abordagem cada vez mais utilizada em todo o mundo e pode ser perfeitamente aplicada nos biomas brasileiro”, diz o professor e pesquisador Renato Borges.

O sistema Perception está em andamento desde o ano passado. “A primeira etapa está prevista para ser finalizada em julho de 2025, momento em que estaremos em condições para entrar em manufatura do 2º satélite brasiliense”, conclui Renato Borges.

Mostra do nanossatélite AlfaCrux 🛰️

• 🗓️ Quando: permanentemente, de terça a domingo
• ⏰ Horário: das 7h30 às 19h
• 📍Local: Planetário de Brasília Luiz Cruls, no Eixo Monumental
• 🎫 De graça

O lançamento da mostra conta com um evento especial. Confira a programação: 

🛰️ Abertura oficial: quinta-feira (24) 

• 9h – 9h30: recepção e coffee break;
• 9h30 – 10h30: solenidade de abertura;
• 10h30 – 11h00: exibição do filme “Alfa Crux” e painel de debate;
• 11h00 – 12h: visitação ao planetário;
• 14h – 17h: visitação das crianças.