O cometa 46P/Wirtanen, que teve uma passagem histórica pela Terra em meados de 2018, liberou uma quantidade incomum de álcool quando sobrevoou nossa vizinhança . Este fato foi descoberto após pesquisas conduzidas por cientistas do observatório WM Keck, em Maunakea, no estado norte-americano do Havaí.
O álcool é relativamente comum em cometas, mas a quantidade de outros compostos presentes nesses corpos celestes costuma superar a quantidade de álcool presente no rastro de um cometa.
De acordo com os cientistas, essa descoberta é muito interessante e será de grande ajuda para a descoberta da composição química dos primeiros dias do sistema solar.
Segundo Neil Dello Russo, cientista cometário da Universidade Johns Hopkins, o 46P/Wirtanen tem uma das maiores proporções de álcool para aldeído já medidas em um cometa. Além disso, os cientistas também identificaram os compostos usuais que compõem um cometa, como formaldeído, acetileno e água.
Água que “homenzinho” não bebe
O composto presente no 46P/Wirtanen é o metanol, um tipo de álcool ainda mais inflamável, comumente usado como solvente industrial e biocombustível. Ele é diferente do etanol, que é o álcool próprio para consumo [consciente e moderado] humano.
De acordo com Russo e sua equipe, ainda mais chocante do que a composição alcoólica do cometa é a facilidade com que os pesquisadores conseguiram detectar e detalhar essa composição. Para isso, foi usado um instrumento chamado Espectrógrafo Infravermelho Próximo (Nirspec, na sigla em inglês).
Graças a esse aparelho o tempo necessário para uma análise química cometária, que normalmente levaria algumas horas para ser realizada, foi drasticamente reduzido.
Segundo um dos coautores do estudo, o professor da Universidade do Missouri Mohi Saki, com apenas 10 ou 20 minutos de observação o Nirspec foi capaz de fornecer uma grande quantidade de informações relevantes sobre o cometa.
Com informações de Futurism e Phys
Por Kaique Lima/Olhar Digital