Sem recurso do GDF, este é o primeiro ano em que os visitantes terão de pagar ingresso
Há sete anos, Ovídio Rodrigo da Silva, de 62 anos, por sugestão de um dos seis filhos, começou a plantar morangos na chácara de 6 hectares que tem no Setor Rural Chapadinha, em Brazlândia. Ele e a família cultivam de tudo um pouco, como gosta de explicar. Mas é o frutinho vermelho, marca registrada da região administrativa, que desde 2013 posiciona-o bem no concurso de boas práticas agrícolas promovido anualmente pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). A competição fará parte do programa da Festa do Morango, de 28 a 30 de agosto e de 4 a 7 de setembro, no Incra 6.
Em 2014, Ovídio venceu-a pela primeira vez. É uma espécie de auditoria, feita por técnicos da Emater e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e por fiscais da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF. São levados em conta quesitos como higiene das mãos, condicionamento do fruto e uso de agrotóxico, além de aspectos legais tanto na colheita quanto na pós-colheita do morango.
O gerente da Emater em Brazlândia, Rodrigo Teixeira Alves, explica que os produtores respondem a, no máximo, 30 perguntas, sempre com o foco na lavoura. Catorze propriedades da região estão inscritas. “Um dos objetivos é promover a produção integrada do fruto, para dar garantia ao consumidor da boa qualidade do que está sendo comercializado.”
CALENDÁRIO OFICIAL – A Festa do Morango está no calendário oficial de Brasília desde 2001. Neste ano, na 20ª edição, as atividades serão divididas em sete dias, e não em seis. A programação inclui shows diários e concursos de receitas e da Rainha do Morango.
Em paralelo, haverá a 26ª Exposição Agrícola de Brazlândia, organizada pela Emater, de 4 a 7 de setembro. Na mostra, exibem-se produtos de famílias como a de Ovídio. Ele conta orgulhoso que seus morangos fazem sucesso. Já houve ano em que chegou a cultivar 45 mil pés.
A premiação do certame de receitas, cujas inscrições estão encerradas, será no primeiro domingo da festa (30). Em uma parceria da Emater com a Universidade Católica de Brasília, entre 18 e 20 deste mês, no laboratório da instituição, os concorrentes desenvolveram pratos que tiveram o morango como ingrediente principal. Professores e alunos do curso de gastronomia compuseram parte do júri.
Este é o primeiro ano em que os visitantes terão de pagar ingresso. Devido às dificuldades financeiras, o governo não contribuiu com dinheiro, a exemplo do que ocorreu no carnaval e no Maior São João do Cerrado. Serão cobrados R$ 10 a partir das 18 horas — antes desse horário, o acesso é gratuito. Para assistir aos shows, a entrada custará R$ 20.
MORANGOLÂNDIA – A feira de gastronomia batizada de Morangolândia pelos organizadores da festa apresenta as mais diversas guloseimas à base do fruto abundante em Brazlândia, maior região produtora de Brasília. São tortas, geleias e licores, entre outras variedades.
Cerca de 40 bancas reúnem 36 expositores, a maioria de produtores familiares. Para evitar disputas, as vagas são geridas pela Emater, que se encontra constantemente com os beneficiados a fim de garantir o respeito a regras de higiene e padronização. Quando há necessidade, os participantes passam por treinamento de manipulação de alimentos com técnicos da empresa e da Secretaria de Saúde. “Fornecemos pontos de água para eles higienizarem as mãos e o mapa com as bancas e as pessoas que as ocupam”, detalha o gerente Alves.
A expectativa de público para a 20ª Festa do Morango, segundo a organização, é de 200 mil pessoas. “Estamos trabalhando para manter a qualidade que temos garantido em todos os anos”, resume Takao Akaoka, presidente da Associação Rural e Cultural Alexandre Gusmão, entidade responsável pelo evento. Os portões são abertos às 10 horas, e a arena para os shows, às 20 horas.