Em meio à guerra pelo comando do PSL, seu partido, o presidente Jair Bolsonaro parte esta semana para uma viagem internacional em busca de investimentos.
O presidente chegou a Tóquio às 13h desta segunda-feira, no horário local, e disse a jornalistas, no desembarque, que ia estreitar relacionamentos e buscar investimentos que “explorem racionalmente” a Amazônia. Depois, caminhou por ruas e parques de Tóquio. Em entrevista à Globonews disse que que amanhã o Senado deve aprovar a reforma da Previdência, numa agenda que não deve, segundo ele, ser afetada pela crise em seu partido. Amanhã Bolsonaro e várias chefes de estado participam de jantar de gala para a entronização do imperador Naruhito.
O presidente deve tratar ainda de comércio bilateral e investimentos em obras de infraestrutura com empresários japoneses. Sua comitiva inclui representantes de 110 empresas e de oito ministérios, entre eles o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Bolsonaro fica em Tóquio até dia 24, quando segue para Pequim e, dali, para Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita. Nestes destinos, tentará mostrar que as oportunidades comerciais estão acima de barbeiragens diplomáticas. Na China, uma viagem sua a Taiwan em 2018 nunca será esquecida, assim como suas constantes críticas ao “comunismo”. Nos países Árabes, sua intransigente defesa de Israel não ajuda a abrir portas.
Enquanto isso, por aqui, a disputa pelo comando da liderança do PSL deve continuar, com seu filho Eduardo, em pé-de-guerra com Delegado Waldir, líder do partido na Câmara, e outros nomes influentes da legenda, como Joice Hasselman. O maior antagonista dos Bolsonaro é o presidente da sigla, Luciano Bivar, que tentará aproveitar a ausência do presidente para consolidar o controle da legenda e do fundo partidário mensal de 8 milhões de reais.
Tanto na viagem à Ásia quanto na guerra interna do PSL, o objetivo é o mesmo: recursos. Quando a disputa é em prol do Brasil, como na comitiva que desembarcou em Tóquio, muito melhor.