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Valdo Cruz e Isabela Camargo
No dia da posse de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal Federal (STF), interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizem que ele já definiu que, na escolha do próximo ministro do STF e do procurador-geral da República, vai continuar prevalecendo o pragmatismo.
Esses interlocutores deixam claro que Lula não se sente obrigado a seguir nenhum critério, a não ser o do pragmatismo, checando o currículo dos candidatos e suas posições.
Um aliado de Lula diz que a era do PT romântico acabou, não existe mais. O que vale agora é o efeito prático. Isso significa, por exemplo, que Lula não se sente obrigado a indicar uma mulher para o lugar de Rosa Weber, que se aposenta compulsoriamente em outubro.
Não indica, porém, que ele não esteja avaliando nomes de mulheres. Pelo menos quatro estão sob avaliação. Mas também analisa nomes de homens, como Jorge Messias, Flávio Dino e Bruno Dantas.
Uma ala do Partido dos Trabalhadores defende que o presidente Lula analise currículos de mulheres para o Supremo Tribunal Federal. Os nomes que foram levados ao presidente, até o momento, são:
- Katia Magalhães, ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST);
- Simone Schreiber, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região;
- Dora Cavalcantti, advogada criminalista com atuação na Lava Jato;
- Carol Proner, professora universitária e integrante do grupo Prerrogativas.
Escolha na PGR
Para a Procuradoria-Geral da República, Lula também não quer escolher alguém que possa lhe trazer problemas no futuro, esse é o critério principal.
Ou seja, ele quer alguém com compromisso com o país, mas que não tenha uma atuação política à frente da PGR, podendo gerar turbulências com o Palácio do Planalto.
Aliados de Lula dizem que o presidente tem dito que não está preocupado se o novo PGR pode lhe trazer problemas, porque ele não dará motivos para isso.
No caso da PGR, o nome mais cotado, até agora, é do vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, mas também está no páreo o procurador Carlos Frederico.
Lula tem de escolher um nome da carreira, da ativa, mas seus interlocutores têm lembrado que ele pode mirar em outras áreas do Ministério Público, como do Trabalho. E não ficar apenas centrado no Ministério Público Federal. (g1)