O dançarino Samuel Henrique, de 23 anos, ganhou o mundo por meio das redes sociais. Morador de Ceilândia, no Distrito Federal, ele precisou amputar uma perna durante tratamento contra um câncer. Mas isso não o impede de impressionar internautas.
Um vídeo (assista abaixo) publicado pelo jovem em 18 de outubro somava, até esta terça-feira (3), mais de 16 milhões de visualizações. Além disso, Samuel já tem mais de 62 mil seguidores na internet.
Aposta
A amputação da perna ocorreu em 2011, durante o tratamento de um câncer no fêmur. Na época, o jovem tinha 14 anos de idade e já lutava conta a doença desde os 10. Segundo os médicos, após tantos anos de tratamento, amputar a perna era a única alternativa.
Segundo o dançarino, dois meses após a cirurgia, ele e os amigos fizeram uma aposta enquanto jogavam videogame. Se Samuel perdesse, deveria dançar novamente.
“Eu perdi e voltei a treinar por causa dessa aposta”, afirma.
Foi depois disso que o jovem começou a se dedicar a dança, com o incentivo da mãe e dos amigos. “Ao passar dos anos fui só adaptando os movimentos da galera normal para o meu corpo. E foi o que deu o diferencial. Eu criei a minha identidade na dança, criei movimentos meus, assinaturas mesmo”, explica Samuel.
De Ceilândia para o mundo
Em 2016 o dançarino foi convidado para compor o corpo de baile do show de abertura das Paraolimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, Samuel recebeu um convite para participar de um grupo internacional de hip-hop, formado por dançarinos com deficiência motora.
“Eles viram meus vídeos, entraram em contato comigo e falaram que se eu conseguisse tirar o visto, eles pagavam a passagem pra Los Angeles. Seria o primeiro encontro e batizado. Tirei o visto, fiz o corre. Chegando lá foi super natural parecia que a gente se conhecia há muitos anos, foi família assim de início.”
Samuel já viajou para 20 países, dançando e carregando o nome do Brasil e de Ceilândia. “No último ano, fui para o Canadá e gravei um filme. A dança me deu oportunidade, me deu auto-confiança, ela realmente mudou o sentido da minha vida. E hoje é a minha paixão”, afirma.