Gasolina comum sobe pela segunda semana seguida e atinge o valor médio de R$ 7,27 o litro no país
(crédito: Isabel Dourado/CB/DA.Press)
A gasolina bateu novo recorde, com preço médio chegando a R$ 7,270, superando o valor anterior, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Este é o maior patamar desde que o órgão começou a divulgar o levantamento semanal de preços, em 2004. Em alguns postos da cidade de São Paulo, nesta quarta-feira (27/4), a gasolina já é vendida a R$ 8,599 o litro. No Distrito Federal, os postos registram filas de carros para abastecer.
Os valores encontrados em 5.235 postos pesquisados em todo o país variam entre R$ 6,19 e R$ 8,59. Com isso, para encher um tanque de 40 litros, o brasileiro precisa gastar em média R$ 290, quase 24% do salário-mínimo vigente no país.
O preço médio do combustível no país ficou em R$ 7,27 o litro, na semana de 17 a 23 de abril, superando o recorde anterior de R$ 7,267, registrado na semana de 13 a 19 de março. Hoje, no DF, o litro da gasolina comum nos postos da Petrobras e da Shell, do Setor de Indústrias Gráficas, está sendo vendido a R$ 7,50.
Em relação à semana passada, a gasolina subiu 0,7%, segundo o levantamento da ANP. O combustível foi o maior impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril, divulgado nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com alta de 7,51%.
No DF, a bancária aposentada Denise Magdaleno, 54 anos, disse ao Correio que teve que se mudar do Jardim Botânico e alugar um apartamento próximo à escola que o filho frequenta para tentar driblar o aumento do combustível. “É um absurdo. Eu acho que eles estão querendo que a gasolina chegue ao preço internacional.”
O motorista de aplicativo Alexandre Rodrigues, 63 anos, afirmou já não saber o que fazer com a alta da gasolina. “Quando eu comecei a dirigir por aplicativo, a gasolina custava R$ 2,80. Hoje, estou pagando R$ 7,53, como se fosse uma promoção. Isso é um absurdo, eu estou sem saber o que fazer.”
A disparada do preço da gasolina ocorre em meio à alta dos preços do petróleo no mercado internacional, após a invasão da Rússia à Ucrânia. Os preços no mercado são importantes, pois fazem parte da política de preços adotada pela Petrobras. A estatal leva em conta a cotação do barril de petróleo para precificar o combustível nas refinarias.
A Petrobras adotou desde 2016 o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação), após anos praticando preços controlados, sobretudo no governo Dilma Rousseff (PT). O controle de preços era uma forma de mitigar a inflação, mas causou grandes prejuízos à petroleira.
Preço do diesel também aumenta
O diesel teve alta de 0,2% de 17 a 23 de abril, atingindo média de R$ 6,6 o litro na média do país, com o preço mais alto registrado no Acre, de R$ 7,9 o litro.
Segundo a ANP, o preço do etanol também subiu em relação à semana anterior, e chegou a média de R$ 5,496 o litro em todo o Brasil.
Com informações do Correio*