domingo, 23/03/25
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CIA: documentos secretos revelam intervenção dos EUA pré-golpe de 1964

O presidente Donald Trump retirou o sigilo de documentos da CIA referentes ao período das investigações da morte de John F. Kennedy

Divulgação

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o sigilo de mais de 2 mil documentos sobre a investigação do assassinato de John F. Kennedy, nessa terça-feira (18/3). Os documentos mostram, também, que o governo dos EUA estava bastante atento ao que acontecia na política brasileiro no período que antecedeu a ditadura militar no Brasil.

Um documento ultrassecreto de novembro de 1963 mostra que o então presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Ranieri Mazzilli, teve uma conversa com o embaixador americano Lincoln Gordon, na qual diz estar “profundamente desconfiado” das intenções do então presidente da República, João Goulart, em relação ao futuro do Brasil.

“Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados e próximo na linha sucessória para a presidência, disse ao embaixador Gordon no sábado que desconfia profundamente das intenções de Goulart”, revela o documento.

O documento foi liberado parcialmente ao público pelo governo americano pela primeira vez em 2018, no entanto, com vários trechos censurados, incluindo a conversa entre Mazzini e o embaixador Gordon.

O diálogo entre o parlamentar brasileiro e o diplomata norte-americano ocorreu seis meses antes do golpe militar, em 31 de março de 1964, que derrubou o governo Goulart. À época, Mazzilli era o primeiro na linha sucessória à Presidência da República.

Essas informações constam na parte de “Checklist de Inteligência do Presidente”. Esta é uma modalidade de boletim ultrassecreto que foi enviado ao então presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 26 de novembro de 1963, quatro dias após o assassinato de Kennedy em Dallas, no Texas.

Segundo o arquivo, a CIA alertava que o Brasil vivia um cenário de instabilidade política e poderia passar por um golpe de Estado.

Os norte-americanos temiam que Goulart implementasse uma ditadura comunista no Brasil e buscasse alianças com Cuba e União Soviética. Outros arquivos sugerem que conselheiros norte-americanos pareciam preferir um golpe militar, já que Goulart se recusava a “limpar a casa” para se livrar de comunistas.

 

 

 

 

 

 

 

 

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