Pelo menos três regiões do Distrito Federal registraram chuva no fim da manhã desta segunda-feira (21), após 118 dias consecutivos de estiagem. Houve registros no Núcleo Bandeirante, Guará, Park Way, Asa Norte e Ceilândia.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), também há previsão de mais chuva para esta quarta (24). Até então, a última vez que as estações meteorológicas haviam registrado precipitação foi no dia 25 de maio.
Outros estados do Centro-Oeste também registraram chuva nesta semana após quase quatro meses de estiagem. A mudança no tempo ajuda a evitar a propagação das queimadas no Cerrado e no Pantanal, que bateram recorde neste ano (saiba mais abaixo).
No Núcleo Bandeirante, quem gravou o vídeo comemorou a volta da chuva. “Muita chuva, que maravilha! Diminuir um pouco aqui o calor do Distrito Federal”.
Apesar da chuva rápida, o calor permanece, e a temperatura máxima prevista para esta segunda-feira é de 33ºC. Pela manhã, o Inmet chegou a emitir o “alerta laranja” para o DF, que indicava “perigo”, devido à umidade baixa nas horas mais quentes do dia, podendo chegar a 12%. O comunicado foi encerrado no fim da manhã.
Recorde de calor
A chuva ocorre após recordes de temperatura alta no DF. No último sábado (19), os termômetros marcaram35,5ºC, no Gama. Já a umidade teve a mínima de 12%. Foi o segundo dia seguido de recorde de temperaturas na capital em 2020. Até então, o dia mais quente havia sido a sexta-feira (18), quando os termômetros atingiram 34,6ºC.
Ao mesmo tempo em que a capital ficou mais quente, uma corrente de umidade passa pelo DF. De acordo com a meteorologista do Inmet, Naiane Araújo, é comum a chuva aparecer nessas condições.
“Quando a umidade sobe um pouco e está muito quente, são os ingredientes para a formação das nuvens”, afirma a especialista.
O período de precipitações com mais frequência ocorre a partir de outubro.
Chuva no Pantanal
Outros estados do Centro-Oeste também registraram tréguas no período de seca, nos últimos dias. No domingo (20), choveu no Mato Grosso após quatro meses de estiagem. Segundo o Corpo de Bombeiros da região, a mudança no clima ajudou a diminuir a propagação de chamas das queimadas no Pantanal, que registram recorde de destruição neste ano.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apenas em 2020, foram identificados 15.756 focos de calor no Pantanal. Antes disso, o maior número havia sido registrado em 2005, quando houve 12.536 focos.
Chuva escura
As queimadas geram risco de “chuva escura” em diversas regiões do país. A meteorologista do Inmet, Naiane Araújo, explica que o fenômeno ocorre quando o ar tem acúmulo de partículas sujas.
“Tivemos mais de 100 dias sem chuva, então, a atmosfera está suja, com partículas de poeira, de poluição e de queimadas. Com a umidade e a formação de instabilidade, a nebulosidade vai se misturar com essas partículas.”