Filho do presidente Jair Bolsonaro ventilou a possibilidade de uma suposta espionagem cibernética feita pelo Partido Comunista da China
A Embaixada da China rebateu, nesta terça-feira (24/11), as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre supostas espionagens cibernéticas que estariam sendo promovidas pelo Partido Comunista da China. Na manifestação, feita no Twitter, o parlamentar defendeu, ainda, a discriminação da tecnologia 5G do país asiático.
Na postagem, posteriormente apagada pelo parlamentar, o deputado federal afirmou que o Brasil irá aderir a um programa de tecnologia que “pretende proteger seus participantes de invasões e violações às informações particulares de cidadãos e empresas”. Eduardo se referia ao programa Clean Network, do governo federal.
Sem provas, o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirma que as espionagens cibernéticas “ocorrem em entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”.
As declarações não repercutiram positivamente. Em nota, os representantes chineses afirmaram que a fala de Eduardo “não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. Isso é totalmente inaceitável e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”, reforça a nota.
A embaixada defende já ter feito “gestão formal ao lado do brasileiro pelos canais diplomáticos”. Os representantes voltaram a defender a “parceria sino-brasileira”. “A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil há 11 anos consecutivos e é também um dos países com mais investimentos no Brasil. Entre janeiro e outubro, as exportações brasileiras para a China foram de US$ 58,549 bilhões”.
Apoio na pandemia
A nota também defende o empenho das autoridades chinesas no apoio do governo brasileiro ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Segundo o texto, a parceria teria permitido o fornecimento de assistência humanitária e suprimento de materiais, além do compartilhamento de experiências.
Na avaliação do governo chinês, as declarações do deputado são “infames”, “desrespeitosas” e derivam de manifestações comuns à “extrema direita norte-americana”. “Solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil. A sociedade brasileira não endossa nem aceita esse tipo de postura”.
Por fim, os representantes pedem que o parlamentar “cesse as desinformações e calúnias” e enfatiza: “Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.