Emissora britânica havia emitido relatório contendo testemunhos de tortura e violência sexual contra mulheres uigures em campos de detenção chineses. Há uma semana, órgão que regulamenta mídia no Reino Unido tirou a licença de um canal de TV chinês depois de concluir que Partido Comunista Chinês é o maior responsável pelo conteúdo editorial.
A agência chinesa dos meios de comunicação anunciou, nesta quinta-feira (11), a proibição do Serviço Mundial da BBC por “grave violação” das diretrizes oficiais sobre a cobertura jornalística desse país.
A emissora britânica havia emitido em 3 de fevereiro um relatório contendo testemunhos chocantes de tortura e violência sexual contra mulheres uigures em campos de detenção chineses.
O serviço de notícias da emissora britânica violou “a exigência de que o jornalismo seja verdadeiro e justo” e também de “não prejudicar os interesses nacionais da China”, explicou a agência que administra a imprensa, a TV e a rádio.
Por isso, a agência “não permite que a BBC continue retransmitindo na China e não aceita a renovação de sua permissão anual”, indicou o texto.
“Estamos decepcionados de que as autoridades chinesas tenham decidido seguir este caminho”, manifestou-se uma porta-voz da organização britânica.
“A BBC é a emissora mundial mais confiável e informa em todo o mundo de forma justa, imparcial e sem medo ou favoritismos”, acrescentou.
O governo britânico, por sua vez, qualificou a proibição chinesa como um “atentado inaceitável à liberdade de imprensa”.
Emissora chinesa
Há uma semana, em 4 de fevereiro, o órgão que regulamenta a mídia no Reino Unido tirou a licença de um canal de TV chinês depois de ter concluído que o Partido Comunista Chinês é o maior responsável pelo conteúdo editorial.
O canal de TV em questão é o China Global Television (CGTN). A agência que concluiu que é uma rede controlada pelo Partido Comunista Chinês foi a Ofcom.
“Nossa investigação mostra que a licença para a rede China Global Television é de uma entidade que não tem controle editorial sobre seus programas”, afirma a Ofcom, no relatório.
Minutos após o comunicado da Ofcom, a China disse que apresentou à BBC reclamações sobre a cobertura de “notícias falsas” do Covid-19, e pediu à emissora que se desculpasse publicamente.
Por France Presse