Maria José Rocha Lima
Chico Liberato não morreu, ele faz parte do mundo, da arte baiana, da arte nordestina e brasileira. Chico desde que entendeu o seu lugar no mundo, abriu e explorou caminhos singulares de expressão. Não morre alguém, como Chico Liberato, que durante sete décadas ininterruptas foi desenhista, pintor, escultor, gravador, cineasta, designer gráfico. Estas décadas de rica produção renderam o reconhecimento ao artista, em seguidas e justas homenagens. Chico Liberato foi um dos pioneiros da animação no Brasil, sendo o seu primeiro longa Boi Aruá (1983) o quinto filme de animação do país e o primeiro do Nordeste, Norte e Centro Oeste. O I Anima Ceará exibiu Ritos de Passagem (2014), seu segundo longa de animação que participou de Festivais Internacionais em Havana, Lisboa, entre outros países. O Boi Aruá e Ritos de Passagem integram a obra comemorativa dos 100 anos do Cinema de Animação Brasileiro, do Ministério das Relações Exteriores. Desde os anos 60, o artista teve o reconhecimento entre os Brasileiros nas Bienais de Paris e por isso mesmo a sua participação já ganhava registro em estudo na Universidade de Brasília. Em 2018 recebeu várias homenagens: da Sociedade Austro-Brasileira de Educação e Cultura; Premiação na Mostra Cinema Conquista: Um olhar para o novo cinema. Ano 13. Neste mesmo ano, recebeu Premiação na Bienal das Artes – SESC; Premiação I ANIMA Ceará – Festival Nordestino de Animação Game e WEB; reconhecido na Animação Brasileira: 100 Filmes Essenciais dois filmes citados na Edição 2018: “Boi Aruá” e “Ritos de Passagem.” Teve a sua obra reconhecida em estudos, dissertações de mestrado como Memória, Imagens e Criação no Cinema de Animação de Chico Liberato Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB- Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade por Patrícia Moreira Santos; Em 2016 foi o Homenageado na Caixa Cultural na Mostra Retrospectiva de Cinema de Animação Brasileiro; Reconhecimento no Caderno de Cinema: Pastoral do Couro; em 2010 Animaí! IV Encontro Baiano de Animação foi Homenageado Especial pelo IRDEB, FUNCEB E A SECULT; 3 Granimado Festival de Animação de Gramado Destaque Cultural 2006; Grandes Ações – Grandes Parceiros do Conselho Estadual de Cultura da Bahia; Homenagem durante Salões Regionais de Artes Plásticas da Bahia 2006. Chico Liberato era autodidata e foi agraciado com o Diploma de Doutor Honoris Causa – Edição 2006 da Fundação Luiz Ademir de Cultura e Fundação Ibero-Americana; Doctor Honoris Causa – Edição 2008. E Doctor Honoris Causa da Cultura, das Artes e da Saúde Social da Bahia pela UNI-A Universidade Corporativa das Américas.
Entre 1979 e 1991 foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e durante dez anos coordenou a área de Artes Visuais e Multimeios da Diretoria de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Chico Liberato foi casado com a roteirista e poeta Alba Liberato (Salvador, 1944), com quem teve cinco filhos, entre os quais a atriz Ingra Liberato.
À família os meus sentimentos.