Maioria entre pais, professores e servidores votou pela implantação do modelo, que deve ocorrer em até seis meses
“O modelo tem sido eficiente no Distrito Federal. Ele cultua valores cívicos e morais, ética, disciplina e respeito ao professor”Coronel Alexandre Ferro, subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada
Com um placar de 98 votos a favor e 57 contra, o Centro Educacional 2 de Brazlândia decidiu adotar o modelo de gestão compartilhada. Votaram pais e responsáveis, professores e servidores. Agora, a decisão será encaminhada às secretarias de Educação (SEE) e de Segurança Pública (SSP).
De acordo com o subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada, coronel Alexandre Ferro, a gestão será implantada em um período que deve variar de três a seis meses. A possibilidade de escolher o modelo de gestão compartilhada na escola foi solicitada por mães e pais dos alunos do turno vespertino em 18 de fevereiro, durante reunião com o corpo docente.
“A comunidade escolar solicitou conhecer o projeto. Como gestora, eu preciso ouvir todos”, disse a diretora, Mirian Kátia Correa. Segundo a educadora, a escola não apresentou casos de violência na volta às aulas presenciais. O Centro Educacional 2 é uma instituição de educação inclusiva, com projetos de recursos generalistas e de altas habilidades.
A discussão que antecedeu o pleito durou duas horas. Argumentos pró e contra a implantação da gestão compartilhada foram apresentados. A diretora da unidade lembrou que a escola atingiu nota 5 na última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede os conhecimentos dos alunos em português e matemática.
O projeto de escolas cívico-militares foi inaugurado em fevereiro de 2019 e implantado, até agora, em 15 unidades de ensino do DF. Mais de 15 mil alunos da rede pública de ensino estudam nas escolas com gestão compartilhada. “O modelo é levado quando a escola decide que quer. É feita uma audiência pública e votam pais, responsáveis, alunos com mais de 16 anos e servidores, entre eles, terceirizados”, explicou o coronel. Segundo ele, nas escolas em que o modelo vigora, houve uma melhoria no Ideb, além de redução na evasão escolar e da reprovação de alunos.
“O modelo tem sido eficiente no Distrito Federal. Ele cultua valores cívicos e morais, ética, disciplina e respeito ao professor”, disse o subsecretário de Escolas de Gestão Compartilhada.
Karine Moreira, mãe de uma menina que cursa o oitavo ano no Centro Educacional 2, aprova a implantação da gestão compartilhada. Ela disse que votou a favor do modelo por estar preocupada com a segurança na escola.
De acordo com Wagner Santana, representante da SEE que atua ponto focal das escolas cívico-militares da pasta, além da escola de Brazlândia, onde a votação ocorreu neste sábado (23), duas outras, no Lago Norte e em Samambaia, solicitaram a realização de audiência para conhecer o modelo.
Modelos
O Distrito Federal conta com dois modelos de gestão cívico-militar nas escolas. O primeiro é uma parceria entre as secretarias de Educação e de Segurança Pública, em que a segunda pasta encaminha o efetivo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para lidar com a área disciplinar. Ofertam-se atividades extracurriculares e ações disciplinares voltadas à formação cívica, moral e ética para o bem-estar social, como prevê a Portaria Conjunta nº 22, de 28 de outubro de 2020, que atualiza a anterior, de 12 de setembro de 2019.
Já o outro modelo é uma parceria entre o Ministério da Educação e as Forças Armadas. Das 15 escolas de gestão compartilhada, quatro seguem esse formato, em que os militares da reserva desenvolvem as atividades.
Com informações da Agência Brasília