Governadora em exercício do Distrito Federal adotou medida após visitar instalações do maior hospital público da capital do país, nessa 4ª
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Após o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) identificar evidências de sabotagem na cozinha do Hospital de Base (HBDF), supostamente praticada por funcionários do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), a governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), visitou as instalações da unidade de saúde, na manhã dessa quarta-feira (22/2).
A suspeita de prática de sabotagem na produção dos alimentos decorreu de vistoria do MPDFT à cozinha do HBDF, como revelado pelo Metrópoles. Depois de conhecer de perto as condições da cozinha do hospital, Celina Leão exigiu uma reforma imediata do local.
“Percebemos uma grave situação, mas que, felizmente, não compromete o fornecimento das refeições dos pacientes. Diante do quadro observado nas instalações, determinei o início imediato dos serviços de reforma”, enfatizou a atual chefe do Palácio do Buriti.
Vistoria
A vistoria do MPDFT ocorreu em dezembro de 2022, e o Metrópoles teve acesso ao relatório elaborado pela instituição. Nele, os peritos consideraram a situação encontrada como algo “grave”.
O hospital é um dos palcos da disputa que envolve um contrato milionário, firmado entre o Iges-DF e a empresa prestadora de serviços alimentícios Salutar (leia abaixo).
Necessidade de reforma
No relatório, o MPDFT destacou que a estrutura da cozinha industrial do Hospital de Base do Distrito Federal é antiga e precisa de várias intervenções.
No entanto, até então, as melhorias não ocorreram. As obras de reforma ficaram estimadas em R$ 2,5 milhões.
Confira os valores previstos:
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A vistoria destacou, ainda, que o vestiário dos funcionários e o piso da cozinha estão em “péssimas condições” e que o teto apresenta “fortes sinais de infiltração”.
Nas câmaras frias, apesar de funcionarem em temperatura adequada, as equipes identificaram, durante a vistoria, carnes armazenadas em caixas de papelão, como entregues pelo fornecedor.
Além disso, alimentos de dietas enterais — para pacientes que precisam de alimentação líquida, por sonda nasal — estavam guardados em local sem controle de temperatura.
Os espaços de manutenção de insumos e descartáveis, porém, estavam limpos e organizados, assim como o interior das câmaras frias e o departamento de materiais de limpeza.
Disputa judicial
No ano passado, o Iges-DF chegou a rescindir o contrato com a Salutar, mas, cerca de um mês depois, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou a retomada do acordo.
Depois de quase um mês da intervenção da Justiça, o MPDFT conduziu o firmamento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre as partes, mas atestou, meses depois, que o Iges-DF não teria cumprido as obrigações do acordo — celebrado em abril de 2021, por um valor aproximado de R$ 73 milhões e com prazo de 24 meses.
Com informações do Metrópoles*