Jornalista continua internado. Em Ceilândia, menor de 15 anos morre com facada no pescoço em baile funk durante arrastão
O Tribunal de Justiça do DF converteu em preventiva a prisão de José Felipe Leite Tunholi, 19 anos, suspeito de esfaquear o jornalista Gabriel Luiz, da TV Globo, na última quinta-feira. Ouvido em audiência de custódia na manhã de ontem, Tunholi será transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, por tempo indeterminado. A Polícia Civil não divulgou a data da audiência de custódia do adolescente de 17 anos também envolvido no crime. O suspeito permanece recolhido no Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), ligado à Subsecretaria de Políticas para Crianças e Adolescentes.
Tunholi foi identificado cerca de 20 horas após o crime. O outro suspeito de participar do ataque, um adolescente de 17 anos, foi apreendido duas horas antes. Gabriel Luiz segue internado no Hospital Brasília, no Lago Sul. Parentes informaram que ele passou a noite “menos agitado” e dormiu melhor. O jornalista, de 28 anos, passou por quatro cirurgias no Hospital de Base. O servidor público aposentado Wilton Luiz Araújo, pai de Gabriel, informou que ainda não há previsão de alta do filho. “O quadro ainda é grave, mas aos poucos, ele está melhorando e tendo uma boa recuperação”, disse.
Ainda segundo Wilton, Gabriel está estável, lúcido e consciente e, inclusive, já conversa. Internado desde a última sexta-feira, o jornalista está se alimentado por meio de sonda, mas foi submetido a novos exames na manhã de ontem para avaliar a liberação de dieta líquida.
Gabriel Luiz foi atacado por dois indivíduos no fim da noite de quinta-feira, próximo ao condomínio onde mora, no Sudoeste. Foram 10 facadas, desferidas no pescoço, abdômen e na perna esquerda. Cerca de 20 horas depois da tentativa de latrocínio, a Polícia Civil identificou e capturou os dois suspeitos de autoria do crime. Segundo a polícia, o jornalista foi vítima de tentativa de latrocínio.
Morte no baile funk
O adolescente Lucas Guilherme, 15 anos foi morto com uma facada no pescoço, na noite de sábado, durante um baile funk clandestino, em Ceilândia, ao se recusar a entregar o boné e uma corrente de prata para o agressor. O evento reuniu centenas de adolescentes na Chácara Capricho, no Incra 9, quando ocorreu um arrastão.
Pedro Henrique, tio da vítima, afirmou ao Correio que o sobrinho era um moleque bom, prestativo, ajudava a todos e nunca se envolveu em briga. “Mataram o Lucas de forma covarde, na pura maldade. Queria estar lá para protegê-lo”, lamentou. Segundo ele, o adolescente havia seguido para o baile momentos antes do ocorrido.
Uma testemunha que pediu anonimato contou que subitamente houve brigas simultâneas e os organizadores decidiram encerrar a festa e determinou que todos saíssem. Em seguida, um homem anunciou o arrastão no meio da multidão.
Em redes sociais, participantes postaram vídeos do baile, com imagens de consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Os internautas questionam a falta de posicionamento dos responsáveis pelo baile. “Um evento sem organização, com vários menores se drogando, a entrada de armas e a falta de segurança”, relatou um deles. A reportagem não conseguiu contato com os organizadores. O caso está sendo investigado pela 24ª Delegacia de Polícia do Setor Oeste.