Em São Paulo, há cinco vezes mais (445). Empresas de mobilidade, montadoras e locadoras começam a ‘eletrificar’ rodovias por todo o país
Foto: Divulgação/Elev
No Brasil, há 620 shoppings ativos no país, com 397 milhões de visitantes por mês – e incríveis 1.018.210 vagas de estacionamento. Mas como está a organização dos pontos de recarga privados, públicos, semipúblicos? Afinal, já se tem mais de 100 mil donos de carros elétricos ou híbridos no país esperando uma estrutura melhor, principalmente para estas vagas específicas, de shoppings.
Ricardo David, sócio diretor da Elev, empresa que apresenta soluções para o ecossistema de mobilidade elétrica, avalia que – além do alto investimento no veículo elétrico – os brasileiros investem uma boa dose de resiliência para conseguir estacionar e carregar seus veículos nos grandes shoppings do país neste final de ano.
Vale ressaltar: um carro elétrico demora uma média de 40 minutos de espera em um eletroposto, para carregar. Hoje, a tecnologia mais rápida é o Supercharge da Tesla, que gasta 20 minutos.
Uma das maiores administradoras do país, a Multiplan passou a oferecer mais espaços dedicados ao carregamento de veículos elétricos. Atualmente, são 100 eletropostos, distribuídos em 19 shoppings de administração própria: sendo 28 em São Paulo e região metropolitana, 26 postos nos shoppings do Rio de Janeiro, 13 em Belo Horizonte, 12 em Porto Alegre, 12 em Curitiba e 7 em Brasília.
No geral, o Brasil tem 1,3 mil eletropostos públicos (parques, ruas e praças) e semipúblicos (shoppings e supermercados) para recarga de veículos elétricos. Até o final de 2022, o número deverá atingir 3 mil.
São Paulo é a campeã do país no setor, com 445 eletropostos, seguidos por Rio de Janeiro com 120 postos e Brasília com 90 postos.
“Não conseguimos aferir quantos pontos privados de carregamento país: sejam em domicílios ou em conjuntos residenciais. Mas são números baixos, certamente, se compararmos com outros mercados”, afirma Ricardo David.
E nas rodovias?
Em boa parte do país, circular de uma cidade a outra, mesmo que sejam relativamente próximas, com trechos de 300km – média da autonomia dos modelos elétricos à venda -, ainda é muito difícil.
Na região Sul do país, foi necessário o envolvimento de quatro empresas – a Zletric, a Nissan, a Movida e a rede de postos SIM – para garantir que os moradores locais donos de veículos elétricos possam viajar sem sustos.
Os postos de recarga interligam os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São dez pontos com carregadores rápidos e semirrápidos em locais estratégicos. Todos estão localizados em postos da Rede SIM – e isso garante conveniência e segurança, sempre com uma distância de até 200 km entre eles. O investimento do projeto Rota Sul é 100% privado, com investimentos de R$ 2,4 milhões.
Os motoristas do Distrito Federal, por sua vez, ainda têm poucos pontos – e a largada veio no ano passado, com pontos no restaurante Jerivá, na BR-060: são dois em cada sentido Brasília-Goiânia, abertos permanentemente, com capacidade para atender até três carros simultaneamente.
No Sudeste, outra iniciativa conta com a Volvo Cars – que criou corredores elétricos por 3,2 mil quilômetros ligando São Paulo a Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Uberlândia (MG), Baixada Santista e litoral norte do estado de São Paulo. Cada um dos pontos pode recarregar dois veículos simultaneamente.
Foto: Neoenergia/Divulgação
Em relação ao Nordeste, uma iniciativa importante foi tomada pela Neoenergia, concessionária dona da maioria das empresas estaduais do segmento. Ela criou o primeiro corredor de mobilidade elétrica do Nordeste, com mais de 1000 km de extensão, conectando seis capitais da região: Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), Recife (PE), João Pessoa (PB) e Natal (RN).
Por: Renato Ferraz/Metrópoles