Medida foi adotada pela rede em todo país. Associação dos Supermercados de Brasília diz que capital tem estoque ‘desde que não haja correria’.
Unidades da rede de supermercados Carrefour no Distrito Federal decidiram limitar aos clientes a possibilidade de compra de até cinco unidades de um mesmo tipo de produto para evitar desabastecimento, em razão da paralisação dos caminhoneiros, que já dura quatro dias. A medida foi replicada em todo o país.
A foto acima, que circula nas redes sociais como tendo sido tirada na Asa Norte, em Brasília, foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. “É uma das medidas preventivas adotadas, como em outras redes, para atender o maior número de clientes.”
O Carrefour informou que “o abastecimento segue sem muitos problemas em suas lojas em função dos volumes de estoques”, mas busca alternativas para evitar que as prateleiras sejam esvaziadas. “A empresa já está em contato com fornecedores locais para continuar garantindo o abastecimento.”
Em nota enviada, a Associação dos Supermercados de Brasília (Asbra) admitiu “rupturas pontuais de produtos” na capital, citando especificamente o “setor de frutas, verduras e legumes”.
O órgão afirmou algumas carnes também estão em falta em alguns supermercados, mas, de forma geral, “ainda há estoque para mais alguns dias, desde que não haja uma correria em busca de estocagem de alimentos por parte dos consumidores”.
Em relação à linha seca, tanto na área alimentar quanto na de limpeza, a avaliação da Asbra é de que os estoques das lojas durem de 7 a 10 dias.
Alimentos
A interrupção da distribuição de mercadorias afetou, também, uma das maiores peixarias do Distrito Federal. A Uêda recorreu ao transporte aéreo para trazer 600 kg de pescado fresco de Alagoas.
O reflexo da paralisação também foi sentido na Central de Abastecimento (Ceasa-DF), o preço do saco de batatas subiu para R$ 300 em algumas bancas: um avanço de 650%. A caixa do tomate chegou a R$ 200, saltando 230% em apenas quatro dias.
A Ceasa é a principal fonte de alimentos de Brasília. Em 2017, a empresa vendeu, em média, 306 mil toneladas de alimentos por mês. Ao fim do ano, movimentou R$ 771,4 milhões.
A nível nacional, mais da metade da produção de carne suína e de aves está parada, com 78 frigoríficos com operações suspensas, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A produção e distribuição de carne bovina também sofre os impactos, informou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).