Miguel Lucena*
A palavra palavra carnaval vem do latim carnem levare, que significa “abster-se, afastar-se da carne”.
Segundo a Grande Enciclopédia Larousse Cultural, no latim medieval carnelevarium, carnilevaria, carnilevamem, é a véspera de Quarta-Feira de Cinzas, tempo em que se iniciava a abstinência da carne.
O carnaval foi inventado para que as pessoas se esbaldassem em todos os sentidos, para depois suportar o período da Quaresma, no qual não podiam comer carne, ingerir bebida alcoólica e fazer sexo.
Na chatice dos dias atuais, estabeleceram tantas regras proibitivas relacionadas a paqueras heterossexuais que é arriscado um homem piscar o olho para uma mulher e ser preso em seguida.
Aos inconvenientes que abordam com insistência, importunando os outros, já existe a lei, que não precisava ser estendida aos que só querem se divertir e de vez em quando conquistar uma moça ou um rapaz. O chamado amor de Carnaval pode durar três dias, mas pode ser também para a vida inteira.
Depois do politicamente correto, que determinou que uma parte é livre para tudo e a outra nada pode, a Quaresma para os heterossexuais começou em pleno Carnaval.
*Miguel Lucena é Delegado de Polícia no DF, jornalista e escritor.