Parlamentar brasileira foi detida em Roma nesta terça (29). Angelo Bonelli afirmou que entrou em contato com a Polícia Nacional para repassar informações sobre Zambelli.

O deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em uma rede social que foi responsável por informar à polícia o endereço onde estava Carla Zambelli. A parlamentar brasileira foi detida nesta terça-feira (29) em Roma, segundo o Ministério da Justiça.
À GloboNews, Bonelli contou que recebeu a informação de que Zambelli havia sido vista no bairro Aurelio, na capital italiana, e então decidiu acionar a Polícia Nacional.
“Eu liguei para a Polícia Nacional para informar o endereço onde estava Carla Zambelli. Duas horas e meia depois, a polícia confirmou que ela estava no apartamento. Consequentemente foi aplicado o pedido da Interpol”, afirmou.
Bonelli disse que havia se incomodado com o fato de Zambelli ter afirmado que era “intocável” por ter cidadania italiana. Em junho, o deputado italiano apresentou um ofício formal de interpelação ao governo solicitando que a brasileira não recebesse refúgio no país e fosse extraditada.
O deputado italiano é uma das lideranças do Aliança Verde-Esquerda, uma coligação de esquerda que faz oposição ao governo da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
A Polícia Federal informou ao blog da Andreia Sadi que a deputada foi encaminhada a uma delegacia da polícia italiana. A autoridade judicial da Itália deve decidir nas próximas 48 horas se irá soltar Zambelli, extraditá-la ou colocá-la em prisão domiciliar.
O Ministério da Justiça brasileiro já havia solicitado oficialmente a extradição.
Foragida
Zambelli foi condenada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por envolvimento em um esquema que inseriu mandados de prisão falsos contra autoridades no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Segundo a investigação, a deputada agiu em parceria com o hacker Walter Delgatti, que também está preso.
O STF também determinou a perda do mandato da parlamentar. No entanto, a decisão ainda precisa ser analisada pela Câmara.
Após a condenação, Zambelli deixou o Brasil e viajou para os Estados Unidos. Mais tarde, se mudou para a Itália.
Atualmente, a deputada também é alvo de dois inquéritos sigilosos em tramitação no STF:
- Inquérito das fake news: investigação sobre a divulgação de notícias falsas e ataques a ministros da Corte.
- Inquérito das milícias digitais:apuração sobre suposta participação da parlamentar em articulações golpistas após o resultado das eleições presidenciais de 2022.
