
Apenas 56,8% do público alvo foi imunizado. Secretaria de Saúde também estendeu prazo da campanha de multivacinação.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) prorrogou as campanhas de multivacinação e de imunização contra a poliomielite até o dia 11 de dezembro. O motivo é a baixa cobertura do público-alvo. As doses estão disponíveis gratuitamente em 135 postos da capital.
Segundo a SES-DF, 91.790 crianças entre 0 e 5 anos haviam sido vacinadas contra poliomielite até esta sexta-feira (27). O número representa apenas 56,8% das cerca de 160 mil crianças que cumprem esses requisitos na capital. A meta é imunizar 95% do público-alvo.
Já na campanha de multivacinação, tomaram doses apenas 68,6% dos menores com até 15 anos de idade. A iniciativa inclui doses contra as seguintes doenças:
- BCG (tuberculose)
 - Rotavírus (diarreia)
 - Poliomelite oral e intramuscular (paralisia infantil); Pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Haemophilus influenza tipo b – Hib)
 - Pneumocócica
 - Meningocócica
 - DTP
 - Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
 - HPV (previne o câncer de colo de útero e verrugas genitais)
 - Febre amarela
 - Varicela
 - Hepatite A
 
Segundo a pasta, o objetivo da campanha é analisar se o esquema de vacinação desse grupo está completo e, para aqueles que estiver faltando alguma vacina, serão aplicadas as doses necessárias.
Segundo a gerente de Imunizações da Secretaria de Saúde, Renata Brandão, “não se vacinar, além de colocar em risco a própria saúde, coloca em risco também a saúde de seus familiares e de outras pessoas do seu convívio, contribuindo para aumentar a circulação de doenças. Vacinar é prevenir, imunizar e cuidar”.
Poliomielite e baixa vacinação
A poliomielite é uma doença viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. Desde 1989, o Brasil não registra casos de infecção e, em 1994, foi certificado área livre de circulação do vírus pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
No entanto, no DF, a série histórica dos últimos 20 anos da cobertura vacinal contra a poliomielite em menores de 1 ano mostra uma tendência de queda das coberturas. Em 2015, e de 2017 a 2019, a meta de cobertura não foi atingida (95%).
Segundo as autoridades de saúde, a queda na cobertura vacinal é um fator de risco. Durante o lançamento da campanha, o secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, ressaltou a importância da vacinação.
“Nos últimos anos, as coberturas vacinais vêm diminuindo. Isso ocorre pela falsa sensação de que estamos seguros, de que a doença já foi erradicada e que não há necessidade de tomar uma segunda dose da vacina. Há influência de fake news e, em 2020, especificamente, a pandemia também pode ter contribuído para isso”, disse.

