A campanha de Lula da Silva (PT) acredita que o tema do reajuste do salário mínimo pode ser uma arma eleitoral tão potente
FÁBIO ZANINI / FolhaPress
SÃO PAULO, SP
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acredita que o tema do reajuste do salário mínimo pode ser uma arma eleitoral tão potente quanto foi o das privatizações na eleição de 2006. Ironicamente, o alvo naquela ocasião foi Geraldo Alckmin, atualmente vice na chapa do petista.
Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, a equipe econômica do governo estuda desvincular o aumento do salário mínimo e de benefícios previdenciários do índice de inflação, substituindo-o pela expectativa futura do aumento de preços. Isso poderia levar a reajustes menores.
Na reta final da campanha, Lula pretende investir nesse ponto, no qual se sente mais confortável, do que na pauta de costumes, que vem sendo a tônica até aqui. Para o PT, temas econômicos deveriam ter sido o eixo da eleição desde o início. Anúncios para a propaganda de TV já estão sendo preparados.
Na eleição de 2006, Lula acusou Alckmin de querer privatizar as principais estatais, o que obrigou o então tucano a usar uma jaqueta com o logo das empresas. Bem-sucedida, a estratégia petista levou o adversário a ter menos votos no segundo turno do que no primeiro.
Um ponto mais delicado é o crédito consignado que a Caixa criou tendo como base o Auxílio Brasil. A campanha de Lula é contra esse modelo, com o argumento de que vai favorecer a inadimplência de pessoas de baixa renda. Mas tende a não levar o tema para a propaganda, por receio de que possa passar a imagem de que é contra o Auxílio.