A Câmara Legislativa promoveu na tarde dessa quinta-feira (11) uma comissão geral para debater a situação do turismo e a infraestrutura náutica no Distrito Federal, por iniciativa da deputada Júlia Lucy (Novo). Durante o encontro, foram apresentados e discutidos três projetos de incremento do turismo no Lago Paranoá: construção de duas marinas públicas, implementação de uma prainha no Lago Norte e a criação de um complexo gastronômico embaixo da ponte do Bragueto.
Os projetos foram apresentados por representantes das secretarias de Turismo e de Projetos Especiais do GDF. A deputada Júlia Lucy destacou que o Lago tem potencial para ser mais bem explorado, respeitando o meio ambiente. Ela ressaltou a importância do Lago para o equilíbrio do clima e como patrimônio público da sociedade.
O secretário executivo da secretaria de Turismo, Rodrigo Costa, apontou o turismo náutico como uma das plataformas estratégicas do órgão. Segundo ele, os projetos são oriundos de um estudo de inventário turístico do Lago Paranoá, produzido em 2019, e já apresentado ao ministério do Turismo e à Embratur.
Costa informou que a apresentação do inventário gerou um impacto muito grande, “pois poucas pessoas sabem de tudo que está disponível nas margens do Lago”. “O estudo traz uma estratificação do Lago e mostra uma série de segmentos que podem ser explorados gerado emprego e renda, como turismo gastronômico, turismo esportivo, turismo religioso, turismo de contemplação, turismo arquitetônico, turismo de natureza e de aventuras, turismo inclusivo, turismo de entretenimento, entre outros”, explicou o secretário.
Situação dos projetos
Um técnico da secretaria de Projetos Especiais apresentou a situação atual dos três projetos. A previsão é a de criação de duas marinas públicas, uma no Setor de Clubes Sul, próximo ao clube da Associação de Servidores do STJ, e outra no Lago Norte, nas proximidades do Parque das Garças. As duas encontram-se em fase de análise de viabilidade técnica. Em seguida, empresas interessadas serão autorizadas a realizar estudos que demonstrarão como os projetos poderão ser implantados, se pelo governo, concessão ou parceria público privada. Quando autorizadas, as empresas interessadas terão 90 dias para fazer o estudo.
Já no caso da Prainha, duas empresas já estão finalizando os estudos, que devem ficar prontos no final da próxima semana. A área fica entre as quadras ML 5 e ML 6 do Lago Norte. Após a apresentação dos trabalhos, uma comissão técnica do governo vai analisar e definir a forma mais benéfica para o GDF contratar o projeto.
O Complexo Gastronômico do Bragueto está na fase de análise da documentação recebida das empresas interessadas em aprofundar os estudos do projeto e verificação dos aspectos ambientais. A ideia é criar uma área para restaurantes, cafeterias, lazer e comércio embaixo da ponte.
O deputado Roosevelt Vilela (PSB), presidente da Frente Parlamentar de Atividades Náuticas e que atuou como bombeiro no Grupo de Busca e Salvamento no Lago, classificou o debate do tema como muito importante para a cidade. Ele enfatizou, no entanto, que os projetos devem levar em consideração a segurança dos usuários. Apontou também a falta de sinalização das atividades náuticas permitidas em cada ponto do Lago. Vilela ainda se prontificou a colaborar com as ideias e disse que os Bombeiros e a Capitania dos Portos também têm muito a contribuir.
Marcelo Cunha, presidente da Associação Náutica das Marinas do DF, defendeu uma maior participação dos clubes e da cadeia produtiva náutica nas propostas das marinas públicas. E cobrou mais atenção do poder público e melhorias na área da Concha Acústica, muito usada por praticantes de jet-ski. Rodrigo Costa garantiu que após os estudos preliminares, todos os setores envolvidos serão ouvidos.
João Carlos Bertolucci, presidente da Associação Náutica, Esportiva e do Turismo de Brasília (Asbranaut), explicou o projeto Boulevard Náutico, defendido pela instituição, que consiste na construção de um atracadouro público para embarque e desembarque de passageiros. Segundo ele, o turismo náutico tem crescido nos últimos anos, mas enfrente dificuldades por causa da falta de infraestrutura, como por exemplo a inexistência de atracadouros.
Atualmente, os embarques são feitos somente no píer do Pontão. Bertolucci assinalou que o Lago conta com 80 km de margens, 50 embarcações circulando e mais de 20 mil passageiros de turismo. Além disso, o DF tem a quarta maior frota náutica do País.