Ilustração
Miguel Lucena
A imprensa de Brasília soltou uma daquelas notícias que a gente lê duas vezes para ter certeza de que entendeu direito: a Polícia Federal prendeu um traficante conhecido como Calcinha. Até aí, tudo bem, nome de bandido é sempre uma história à parte, mas o problema é que ninguém explicou a origem do apelido.
E aí começa o dilema nacional. Por que Calcinha? O meliante seria um colecionador de peças íntimas femininas? Talvez tenha um gosto peculiar por usá-las enquanto realiza suas atividades criminosas? Ou seria algo ainda mais inusitado, como um hábito excêntrico de cheirar calcinhas? Ninguém sabe.
A ausência de detalhes deixou o Brasil inteiro com a imaginação trabalhando a mil. Afinal, não é todo dia que a Polícia Federal estampa nas manchetes a prisão de alguém com um apelido que parece mais apropriado para um personagem de sitcom do que para um traficante.
Enquanto isso, Calcinha está lá, na cela, provavelmente pensando que o apelido, que ele achava engraçado ou despretensioso, virou o verdadeiro centro das atenções. Porque, no Brasil, o crime pode até chocar, mas o humor do apelido é que vira a manchete.