Segundo pesquisa do Dieese, custo médio na capital subiu 34,13% nos últimos 12 meses e chega a R$ 594,59. Reajuste no DF está mais de oito pontos percentuais acima da segunda colocada, Cuiabá.
Brasília acumula a maior alta do país no preço da cesta básica nos últimos 12 meses. Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço médio da cesta subiu 34,13% na capital nesse período. Em agosto, o valor chegava a R$ R$ 594,59.
O reajuste na capital é mais de oito pontos percentuais maior que o da segunda colocada, Cuiabá (MT), que viu o preço da cesta básica subir 25,78% no último ano. No mês passado, o Distrito Federal também teve o terceiro maior aumento no valor no país, com alta de 2,1%.
Impacto para o trabalhador
O levantamento do Dieese avalia os preços de 13 itens de alimentação, considerados básicos na dieta de uma pessoa adulta. A entidade analisa dados de 17 capitais.
Segundo a pesquisa, a cesta básica em Brasília é a oitava mais cara do país, e, em média, a população precisa trabalhar 118 horas e 55 minutos para adquirir os produtos. O índice é maior que a média nacional, de 113 horas e 49 minutos.
O estudo aponta ainda que só a cesta básica representa 58,44% do salário médio dos trabalhadores da capital.
Mais caro e mais barato
Dos 13 produtos analisados pelo Dieese, dez ficaram mais caros em Brasília, entre julho e agosto. Os demais tiveram queda de preço (veja tabela completa abaixo).
Entre as maiores altas está a da batata, que teve reajuste de 39,64%. Segundo a entidade, “o clima reduziu o ritmo da colheita e a oferta de tubérculos foi menor no varejo”.
Já no caso do café, que subiu 11,95%, o Dieese afirma que “mesmo em período de colheita, os preços seguiram em alta, pois os produtores retiveram o grão, à espera de melhores preços, pois existe a expectativa de menor oferta no futuro, devido às geadas do final de julho”.
Quanto à redução no valor do arroz, segundo o departamento, “parte da colheita foi retida pelos produtores com o objetivo de manter o preço elevado, mas as indústrias beneficiadoras reduziram a compra do grão, uma vez que a demanda pelos consumidores finais foi menor”.
A carne é o produto que mais pesa na cesta básica na capital. Sozinho, o item, que ficou 53,96% mais caro nos últimos 12 meses, representa 47 horas e 23 minutos de trabalho. Em seguida, aparecem o pão e o tomate, que tiveram, respectivamente, altas de 5,24% e 67,96% em um ano
Confira abaixo detalhes sobre os itens analisados na pesquisa:
Análise do preço da cesta básica em Brasília
Produto | Preço médio em agosto | Variação em relação a julho | Variação em 12 meses |
Carne (6 quilos) | R$ 236,94 | Queda de 3% | Alta de 53,96% |
Leite (7,5 litros) | R$ 37,28 | Alta de 1,03% | Alta de 16,68% |
Feijão (4,5 quilos) | R$ 33,84 | Queda de 1,97% | Alta de 12,05% |
Arroz (3 quilos) | R$ 15,06 | Queda de 2,14% | Alta de 47,65% |
Farinha (1,5 quilo) | R$ 6,56 | Alta de 0,46% | Alta de 11,75% |
Batata (6 quilos) | R$ 23,04 | Alta de 39,64% | Alta de 46,01% |
Tomate (9 quilos) | R$ 50,49 | Alta de 6,65% | Alta de 67,96% |
Pão (6 quilos) | R$ 80,76 | Alta de 0,37% | Alta de 5,24% |
Café (600 gramas) | R$ 15,46 | Alta de 11,95% | Alta de 47,1% |
Banana (7,5 dúzias) | R$ 42,38 | Alta de 20,47% | Alta de 25,83% |
Açúcar (3 quilos) | R$ 9,39 | Alta de 3,99% | Alta de 0,97% |
Óleo (900 ml) | R$ 7,81 | Alta de 2,63% | Alta de 100,26% |
Manteiga (750 gramas) | R$ 35,58 | Alta de 2,18% | Alta de 14,08% |
Fonte: Dieese