Medida para países em “lista vermelha”, incluindo o Brasil, entra em vigor no dia 15 de fevereiro e custará equivalente a R$ 13 mil, pagos pelo próprio viajante.
A perspectiva de passar 10 dias em um hotel pagando £1,750 (R$ 13 mil) do próprio bolso para entrar no Reino Unido fez residentes brasileiros que estavam de férias fora do território britânico tremerem na base, decidindo fazer as malas de um dia para o outro e antecipando seu retorno.
“Eu não teria condições de pagar esse valor. É mais do que o meu aluguel em Londres”, diz a professora de inglês Vanessa Lima, de 40 anos.
Ela viajou para o Rio de Janeiro na virada do ano, justamente para pegar um voo mais vazio, por causa da pandemia de coronavírus. Ficou “acompanhando freneticamente as notícias” até sair a data em que as novas regras entrarão em vigor – dia 15 de fevereiro – e marcou a passagem de volta para o dia 13, dois dias antes.
“O problema não é a quarentena de dez dias – já enfrentamos confinamentos, estou acostumada e até gosto de ficar em casa –, o problema é o realmente o valor”, diz ela.
“Eu não estou a fim de pagar essa grana toda. O governo deveria investir em uma tornozeleira eletrônica e deixar as pessoas fazerem quarentena em casa”, brincou Gustavo Meixner, 41, à BBC News Brasil enquanto estava na fila da imigração.
Ele mora há 14 anos no Reino Unido e voltou do Brasil nesta quarta (10), ao lado de vários brasileiros que fizeram o mesmo para escapar da quarentena em hotéis.
As regras se aplicam a residentes do Reino Unido e da Irlanda voltando de 33 países de uma “lista vermelha”, como Brasil e África do Sul. É uma tentativa do governo de conter infecções por novas variantes do coronavírus (consideradas mais infecciosas e perigosas) encontradas nesses países.
Aqueles que tentarem esconder que passaram por um país de “lista vermelha” em um formulário do governo (que deve ser apresentado no embarque e na imigração) enfrentam multas de até £10.000 (R$ 74 mil) ou processo com risco de pena de até 10 anos de prisão.
G1/BBC — Londres