Letícia Silva de Albuquerque, de São José do Rio Preto (SP), mora em Israel, onde joga futebol. Jovem relata que foi para área de refúgio mais de 10 vezes esta semana.
Um vídeo registrado pela brasileira Letícia Silva de Albuquerque, de São José do Rio Preto (SP), mostra uma das mais de 10 vezes que ela e as amigas tiveram que correr nesta semana para uma área de refúgio no imóvel, onde moram em Israel.
A retomada do conflito entre Israel e a Palestina desde segunda-feira (10), com mais de mil mísseis lançados contra Israel pelo Hamas, afetou a vida dentro e fora de campo de Letícia, que é jogadora de futebol no time Hapoel beer sheva.
Quando tocam as sirenes, a jovem, de 25 anos, e as amigas abrigam-se em um bunker, que é um local reforçado no imóvel em que moram.
“Não estamos treinando e não podemos sair de casa. Ontem aqui tocou oito vezes. A sirene toca dia e noite, então, ficamos em alerta. Hoje, também tocou quatro vezes já. Ficamos espertas quando toca a sirene, mas estamos bem, graças a Deus”, disse ao G1.
A maioria dos ataques é contra a cidade de Tel Aviv e arredores. Em resposta, as forças israelenses realizaram bombardeios letais em Gaza, deixando dezenas de mortos. Até a noite de quarta-feira (12), ao menos 70 pessoas tinham morrido, sendo 65 em Gaza e sete em Israel.
A jogadora está em Israel desde outubro de 2020 para jogar futebol. No entanto, a primeira visita foi em 2018 e 2019. Letícia também já jogou pela seleção brasileira pelo sub 17 e sub 20.
“Quando eu vim da outra vez na mesma época aconteceu isso, mas dessa vez o confronto está mais dias.”
“A impressão era que estava vindo em casa. Assustou bastante. Para manter a sanidade mental é só Deus, mas para mim é tranquilo agora, porque já presenciei antes. As outras meninas no primeiro dia choraram de medo”, conta.
Os conflitos
Os conflitos entre o Hamas e Israel começaram depois de um mês de ataques entre árabes e judeus em Jerusalém Oriental, uma região palestina da cidade de Jerusalém ocupada por Israel desde 1967.
Os palestinos lá enfrentam a possibilidade de serem despejados. Durante alguns dos dias mais importantes do Ramadã, o período de jejum e rezas dos muçulmanos, houve passeatas da extrema-direita israelense nas regiões palestinas da cidade. Houve conflitos e mais de 700 palestinos foram feridos.
Como resposta, o Hamas começou a disparar foguetes a partir da Faixa de Gaza. Israel, então, bombardeou em resposta.