Richarlison deu show e manteve a hegemonia da Seleção Brasileira sobre os alemães em jogos olímpicos
Em 2016, Brasil e Alemanha se esbarraram na final, e a Seleção Brasileira ficou com o ouro. Em 2020/21, o encontro nas Olimpíadas de Tóquio foi logo na estreia. Nas duas vezes, a Canarinho foi melhor. Hoje, Richarlison deu show, e o Brasil venceu os alemães, mantendo a hegemonia em olimpíadas, para variar.
O primeiro tempo foi tão avassalador que criou a expectativa de que o fatídico 7×1 seria devolvido. No entanto, o Brasil perdeu muitos gols e, no segundo tempo, os alemães diminuíram o prejuízo. Mesmo assim, a Seleção Brasileira venceu por 4×2.
O palco do duelo foi o estádio de Yokohama, que traz boas lembranças para muito brasileiro. Foi ali que Ronaldo meteu dois contra a própria Alemanha na conquista do penta na Copa do Mundo de 2002. Em 2005, o São Paulo derrotou o Liverpool no mesmo estádio e se tornou tricampeão mundial. Em 2012, foi a vez do Corinthians ganhar o mundo pela primeira vez após vitória sobre o Chelsea.
Pressão logo cedo
O primeiro susto no time alemão veio logo aos quatro minutos. Richarlison puxou contra-ataque e passou para Matheus Cunha. O artilheiro da seleção olímpica bateu de perna esquerda e esquentou as luvas de Muller, que espalmou para escanteio.
Dois minutos depois, o Brasil abriu o placar. Antony enfiou bola para Richarlison, que saiu no meio dos zagueiros e finalizou firme de pé direito. Muller espalmou para frente, e o “Pombo” fez no rebote. Brasil 1×0.
Aos 14′, a zaga alemã deu bobeira, e Richarlisou saiu cara a cara com o goleiro. Na hora de finalizar, o camisa 10 tentou driblar Muller, mas o arqueiro conseguiu desviar. A bola sobrou de novo com o Pombo, mas a zaga chegou para afastar. Depois, Claudinho ainda tentou, mas Muller defendeu.
Se ele havia perdido no lance anterior, fez questão de corrigir o erro aos 21′. Completamente livre de marcação, Guilherme Arana recebeu passe de Bruno Guimarães em profundidade pela esquerda, foi à linha de fundo e cruzou para Richarlison. O craque só conferiu de cabeça e correu para o abraço. Brasil 2×0.
Acuados com a boa marcação brasileira, os alemães vieram finalizar somente aos 25′. Amiri recebeu na esquerda, cortou para dentro e bateu rasteiro. Santos pegou sem dificuldade.
E o camisa 10 do Brasil acordou mesmo com fome de gol. Aos 29 minutos, em novo ataque fulminante, Matheus Cunha desceu pelo meio e encontrou Richarlison pela esquerda. O Pombo dominou, puxou para o pé esquerdo e bateu colocado. Brasil 3×0.
Aos 33, Daniel Alves roubou bola pela esquerda e encontrou Richarlison livre. Ele dominou, fingiu que iria dar o passe e tentou bater para o gol, mas a zaga interceptou. Seria o quarto gol do craque, que já faz parte da seleção principal e está abrilhantando o time de André Jardine.
Aos 46′, após levantamento na área, o zagueiro Henrichs subiu na bola com o braço levantado, e o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Matheus Cunha bateu forte, mas Muller foi buscar. Dois minutos depois, Cunha recebeu passe em profundidade e teve a chance de se redimir. O camisa 9 bateu rasteiro, mas a bola passou rente à trave esquerda.
Brasil recua e dá vida ao adversário
O segundo tempo começou mais morno. Mesmo assim, o Brasil finalizou com perigo logo cedo. Aos cinco minutos, Antony chegou pelo meio e bateu de pé esquerdo. A zaga amorteceu o chute e facilitou a defesa para Muller. Um minuto depois, a bola sobrou para Matheus Cunha dentro da área. Mesmo marcado, o camisa 9 conseguiu finalizar forte, mas o goleiro alemão pegou.
A Alemanha, que tirou um meia para colocar um zagueiro no intervalo, seguia dando espaços na zaga. Aos 8′, Matheus Cunha trabalhou pela direita, cortou para dentro e achou Claudinho livre do outro lado. O craque do Red Bull Bragantino pegou de primeira e acabou isolando.
Aos 11′, a Alemanha deu sinais de vida. Em ataque que parecia despretensioso, Richter finalizou, a zaga desviou, e a bola sobrou para Amiri na entrada da área. De frente para o gol, o camisa 11 alemão bateu de primeira e acertou o canto esquerdo de Santos. Brasil 3×1.
Veterano do time, o lateral-direito Daniel Alves começou a aparecer mais para o ataque e jogar da forma que atua no São Paulo. As descidas do atleta 41 vezes campeão geraram ataques perigosos por aquele setor do campo. Aos 13′, Daniel passou para Antony. O camisa 11 chegou à linha de fundo e finalizou, mas a melhor opção era passar para alguém no meio da área. Três minutos depois, Dani recebeu falta dura de Arnold e provocou o segundo amarelo para o capitão alemão.
Aos 29′, a zaga alemã vacilou de novo, e Matheus Cunha deu belo passe de calcanhar para Bruno Guimarães. O volante bateu firme, mas Muller salvou mais uma vez. Não fosse a boa atuação do camisa 1 alemão, a goleada seria maior.
Aos 38′, quando o Brasil tinha mais posse de bola e perdia algumas chances, a Alemanha conseguiu diminuiu ainda mais o placar. Ache subiu nas costas de Diego Carlos e cabeceou para o fundo do gol. Brasil 3×2.
Apesar do susto, a Seleção Brasileira manteve a vantagem e fechou o caixão da Alemanha aos 49′. Paulinho recebeu passe em profundidade, carregou, puxou para o pé direito e bateu no ângulo de Muller. Placar final: Brasil 4×2 Alemanha.
O Brasil volta a campo no domingo (25) para enfrentar a Costa do Marfim, que estreou com vitória sobre a Arábia Saudita. A bola rola cedinho, às 5h30 (horário de Brasília).
Ficha técnica
Brasil 4×2 Alemanha
Olimpíadas Tóquio-2020 – Grupo D, 1ª rodada
Estádio Yokohama, Japão – 08h30 (de Brasília)
Árbitro: Ivan Barton (El Salvador)
Assistentes: David Morán (El Salvador) e Zachari Zeegelaar (Suriname)
Brasil
Santos; Dani Alves, Nino, Diego Carlos, Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Claudinho (Malcom); Antony (Paulinho), Richarlison (Reinier), Matheus Cunha
Técnico: André Jardine
Gols: Richarlison (6′, 21′ e 29′ 1T), Paulinho (49′ 2T)
Cartões amarelos: Douglas Luiz
Cartões vermelhos: não houve
Alemanha
Muller; Henrichs, Pieper (Torunarigha), Uduokhai, Raum; Maier, Arnold, Amiri, Stach (Schlotterbeck); Richter (Lowen), Kruse (Ache)
Técnico: Stefan Kuntz
Gols: Amiri (11′ 2T), Ache (38′ 2T)
Cartões amarelos: Pieper, Arnold, Stach, Henrichs, Uduokhai
Cartões vermelhos: Arnold. (JBr)