O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (4/9), que se reunirá com donos de supermercado e representantes para discutir sobre a alta do preço em itens da cesta básica, como arroz e feijão. O chefe do Executivo pediu “sacrifício e patriotismo” ao setor. A declaração ocorreu durante conversa com apoiadores no interior de São Paulo, em Eldorado Paulista.
Bolsonaro ressaltou, no entanto, que apostará no diálogo e não na “canetada”. “Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem. Já conversei com intermediários. Vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se a gente… Não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum”, disse.
Na avaliação do presidente, os preços subiram porque o pagamento do auxílio emergencial elevou a demanda por alimentos. “Veio o auxílio emergencial, o pessoal começou a gastar um pouco mais, muito papel na praça, a inflação vem. Então estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí… Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, prosseguiu.
O presidente ainda completou: “Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque, se interferir, dar canetada, não dá certo”.
Alta na cesta básica
Nas últimas semanas, os itens que mais encareceram foram os alimentos da cesta básica, como arroz, leite óleo de soja e feijão. De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,23% em agosto, após ter registrado elevação de 0,30% em julho. Neste ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,90% e, em 12 meses, de 2,28%, acima dos 2,13% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a taxa foi de 0,08%.
Ainda em passagem por Eldorado Paulista, Bolsonaro reencontrou o homem que o ensinou a dirigir trator e jipe aos 12 anos de idade. O chefe do Executivo postou imagens nas redes sociais abraçando o senhor Alcides, de 87 anos. Os dois estavam sem máscara em meio a uma aglomeração.
“Esse foi meu instrutor de motorista na fazenda, me ensinou a dirigir em um tratorzinho Massey Ferguson e num outro tratorzinho, Valmet, e num jipe quatro marchas, três pra frente e uma para trás. Bom instrutor de exame de volante aí”, disse Bolsonaro, que fechou a viagem comendo pastel em uma lanchonete local, antes de retornar a Brasília. (CB)