Foto: IGO ESTRELA/METRÓPOLES/Reprodução
A tensão que paira sob o Palácio do Planalto para a escolha dos nomes que sucederão o ex-ministro Sergio Moro e o chefe da Polícia Federal demitido, Maurício Valeixo, está para terminar.
Aliados do presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) garantem que Jorge Oliveira, atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, será anunciado para o lugar de Moro.
Na Polícia Federal, Alexandre Ramagem, atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), deve ser alçado ao cargo de diretor-geral da corporação.
A expectativa é que o Palácio do Planalto divulgue ainda neste domingo (26/04) as substituições no Ministério da Justiça e Segurança Pública e na Polícia Federal.
As indicações já geram repercussão. O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ), por exemplo, anunciou que irá à Justiça contra a eventual nomeação de Ramagem.
Desde o início do processo, aliados de Bolsonaro defendem a “indicação de um nome técnico”, para os dois casos. Contudo, os nomes próximos à família pesaram na escolha.
Costura política
Os aliados ressaltam que intenção de Bolsonaro é repetir a fórmula que aplicou no Ministério da Saúde, ganhando uma pessoa alinhada aos seus pensamentos e ideias na condução da pasta.
Para o presidente e sua equipe, a troca de Luiz Henrique Mandetta pelo oncologista Nelson Teich foi satisfatória e estancou os embates.
Com isso, as principais apostas para estancar a crise sem precedentes no governo Bolsonaro são dos nomes que já estão nos corredores do Planalto.
A ala militar, que atua como bombeiro nos incêndios do Planalto, aconselha o presidente a ter cautela com os próximos atos para não perder mais apoio — como da corporação verde-oliva — e deixar o político mais vulnerável no Congresso. Mais uma vez apostam em uma indicação técnica.
Os generais Braga Netto (ministro-chefe da Casa Civil) e Augusto Heleno (chefe do Gabinete de Segurança Institucional) acompanham a escolha.
Nomes de casa
Apesar da indicação, Jorge Oliveira é um dos defensores de um nome técnico para a vaga de Moro.
Já Ramagem, é ligado aos filhos do presidente, sobretudo ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que está na mira de investigações sobre disparo ilegal de notícias falsas.
A saída de Moro, que deixou o cargo acusando o presidente de interferência política na autonomia da Polícia Federal a serviço de sua família, desencadeou uma série de reações no Congresso.
De olho no Congresso
Pedidos de impeachment, de abertura de investigações, de criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), estão entre os movimentos no Parlamento nos últimos dias como forma de dialogar com Bolsonaro em tempos de crise política.
O mais recente partiu da Frente Parlamentar da Segurança Pública, conhecida como bancada da bala, que defende a recriação do Ministério da Segurança Pública. Caso a proposta seja efetivada, ganha força ao cargo de ministro o ex-deputado federal e amigo pessoal de Jair Bolsonaro Alberto Fraga.
Recriação de ministério
O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP), presidente da frente assinou um ofício endereçado a Bolsonaro pedindo a recriação.
Ele argumenta: “Em reunião dos secretários de Segurança Pública de todo o Brasil com o presidente da República, foi entregue ofício no qual solicitaram que o ministério fosse resgatado”, ressalta.
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