Secretário de Estado dos EUA está em Tel Aviv para tentar destravar acordo entre grupo terrorista e Israel. Ele disse que negociações são também última oportunidade de dar fim à guerra na Faixa de Gaza. Negociadores saíram otimistas com proposta de trégua de reunião na sexta-feira (16).
Por g1
Imagem: AFP/Reprodução
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira (19) que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza proposta pelos mediadores na semana passada e pediu para o grupo terrorista Hamas fazer o mesmo.
Blinken está em Tel Aviv desde domingo (18) e tenta que as duas partes aceitem uma proposta de cessa-fogo apresentada na semana passadapelos mediadores das conversas –EUA, Catar e Egito– na rodada de negociações mais recente, em Doha, no Catar.
Segundo os EUA, a nova proposta feita pelos EUA “resolve as lacunas restantes” nas negociações e permite uma “rápida implementação” caso ele seja aceito por todas as partes. De acordo com os negociadores, as conversas na semana passada deixaram um tom de otimismo.
Como parte da pressão, Blinken disse que um cessar-fogo iniciado agora na guerra entre Israel e Hamas em Gaza pode ser a última oportunidade para que os reféns ainda sob poder do Hamas sejam devolvidos e para que a guerra na Faixa de Gaza tenha um desfecho
“Este é um momento decisivo, e provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade de levar os reféns para casa, obter um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para paz e segurança duradouras”, disse Blinken em Tel Aviv.
Segundo o governo israelense, o Hamas ainda tem sob seu poder 111 pessoas sequestradas pelo grupo terrorista durante o ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra na Faixa de Gaza.
Os EUA tentam pressionar as duas partes a aceitarem os termos do acordo. Nesta manhã, Blinken se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que afirmou que o encontro foi “positivo”, mas não disse se aceitará ou nao a proposta.
Já o Hamas vem lançando dúvidas sobre as chances de chegar a um acordo, mas também não disse que recusou a proposta dos EUA.
O conteúdo da proposta não foi divulgado, mas, na sexta-feira, os mediadores disseram que o texto “resolve lacunas” que ficaram abertas nas negociações anteriores.
Um dos pontos de desacordo é a interrupção do ataques de Israel em Gaza. O governo israelense alega que a guerra só pode terminar com a destruição do Hamas como força militar e política, e que, para isso, é preciso fazer operações militares no território palestino, onde o grupo terrorista está baseado.
Mas o Hamas já disse que, para devolver os reféns, só aceitará um cessar-fogo permanente, e não temporário.
Há divergências também sobre a presença militar contínua de Israel dentro de Gaza, particularmente ao longo da fronteira com o Egito, sobre a livre movimentação de palestinos dentro do território e sobre a identidade e o número de prisioneiros a serem libertados em uma troca.
No fim desta semana, as partes envolvidas e os mediadores — EUA, Egito e Catar — voltarão a se reunir em Doha para uma nova rodada de negociações.
Em paralelo, a incursão isralense avançou novamente na Faixa de Gaza nest segunda-feira. Segundo moradores de Khan Yunes, no sul de Gaza, soldados fizeram uma operação na cidade nesta manhã.
Já no domingo, um atentado em Tel Aviv deixou uma pessoa ferida. O Hamas reivindicou autoria do ataque.