O candidato do Partido Democrata a presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu com o pai e os irmãos de Jacob Blake em Milwaukee, no estado de Wisconsin, nesta quinta-feira (3). O encontro ocorreu dentro do aeroporto da cidade e ficou restrito à comitiva do político.
De lá, ele seguiu para Kenosha, cidade onde Blake foi baleado sete vezes pelas costas durante ação policial em agosto, episódio que reacendeu a onda de protestos antirracistas pelo país.
Na cidade, o democrata visitou uma Igreja Luterana e participou de uma oração. Depois, ele se encontrou com um grupo de empresários e de lideranças comunitárias.
É a primeira viagem de Biden a Wisconsin, estado considerado essencial na disputa pelos 538 delegados do Colégio Eleitoral americano. Após vitórias consecutivas de democratas, Donald Trump venceu Hillary Clinton por lá em 2016 por uma pequena margem.
Trump esteve em Kenosha na terça-feira e visitou uma rua onde ainda havia destroços dos tumultos ocorridos nas noites de protestos. O presidente e candidato a reeleição também prometeu ajuda milionária aos empresários e pediu que eles “reconstruam a cidade”. O republicano, no entanto, não se encontrou com a família de Blake.
Segundo relato mais recente da família à imprensa americana, Blake ainda “luta pela vida” mas apresenta melhora gradual. Ele ainda não consegue mexer o corpo da cintura para baixo, e não se sabe se a sequela poderá ser revertida.
Protestos em Kenosha
Segundo relato da agência Associated Press, Kenosha vivia um dia calmo nesta quinta-feira quando Biden chegava à cidade. Houve apenas pequenas manifestações de ativistas contra o racismo e de apoiadores tanto do democrata quanto do republicano.
Quando Trump visitou as ruas da cidade na terça-feira, um grupo maior de pessoas favoráveis e contrárias ao presidente se aglomerou em frente ao cordão de isolamento instalado por policiais. Apesar do encontro dos dois grupos, não houve incidentes mais graves.
A tensão entre manifestantes contrários à brutalidade policial e apoiadores das forças de segurança tem preocupado as autoridades americanas às vésperas das eleições. Em Kenosha, duas pessoas morreram baleadas por um adolescente de 17 anos que protestava a favor da polícia. Dias depois, em Portland, um apoiador de Trump também foi morto perto de um ato contra o racismo.
Os dois candidatos à Casa Branca acusam um ao outro de fomentar a violência entre manifestantes. Trump acusa Biden de ser permissivo com vândalos e baderneiros, enquanto o democrata diz que a retórica do republicano inflama grupos a agirem com violência.