O resultado foi menor do que o registrado no mesmo mês de 2024, quando registrou saldo negativo de R$ 7,2 bilhões

O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 4,7 bilhões em agosto, conforme dados do Banco Central (BC). O resultado foi menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve saldo negativo de US$ 7,2 bilhões.
As informações fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo, publicado nesta sexta-feira (26/9) pelo Banco Central. O documento reúne os valores desses tipos de movimentações financeiras mês a mês.
Para o cálculo mensal das transações correntes, o Banco Central considera o saldo da balança comercial (diferença entre os valores das importações e das exportações), os serviços e a movimentação de renda para outros países.
Entenda as contas externas
- As contas externas (ou transações correntes) são um dos principais indicadores sobre o setor externo do Brasil.
- O resultado das transações correntes é formado pelo balanço de pagamentos da compra e venda de mercadorias, balança de serviços e as transferências unilaterais.
- Um saldo negativo (déficit) nas contas externas significa que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu. Enquanto um saldo positivo (superávit) indica que o Brasil recebeu mais dinheiro do que transferiu para outros países.
- Em 2024, o saldo negativo somou quase US$ 66,2 bilhões — o equivalente a 3,04% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado de 12 meses até agosto, as transações correntes somam déficit de US$ 76,2 bilhões, acima do registrado no mesmo período de 2024, de US$ 43,6 bilhões. Os valores indicam que o Brasil gasta mais do que recebe do exterior.
A balança comercial foi superavitária em US$ 5,5 bilhões em agosto, após registrar saldo positivo de US$ 3,7 bilhões em agosto de 2024. As exportações totalizaram US$ 30 bilhões (+3,8%), enquanto as importações somaram US$ 24,5 bilhões (-2,6%).
Investimentos e reserva internacional
A entrada de investimentos estrangeiros foi levemente inferior ao valor registrado em agosto do ano passado. Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 8 bilhões no mês, abaixo dos US$ 8,2 bilhões computados no mesmo período de 2024.
Nos últimos 12 meses até agosto, o IDP acumula US$ 69 bilhões em investimentos (3,18% do PIB), contra US$ 69,2 bilhões (3,22% do PIB) em julho e US$ 71,2 bilhões (3,18% do PIB) em agosto do ano passado.
O Banco Central também informou que o saldo das reservas internacionais do país aumentou US$ 5,7 bilhões na passagem de julho para agosto. Dessa forma, o Brasil tem estoque de US$ 350,8 bilhões para se proteger contra crises externas.
A expansão das reservas decorreu de contribuições positivas de variações por paridades (US$ 2 bilhões); por preços (US$ 1,7 bilhão); retorno de linhas com recompra (US$ 900 milhões); e receitas de juros (US$ 777 milhões).