Local acumula R$ 2 milhões em dívidas com aluguel, não pagos desde 2014. Russomanno, filha de ex-deputado e delator da Lava Jato estão entre sócios.
O Bar do Alemão, que tem entre os sócios o deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno, foi desocupado nesta quarta-feira (17) em Brasília, 12 dias após a emissão de uma ordem de despejo pela Justiça. Segundo o processo, nenhum aluguel do local foi pago desde março de 2015, no valor de R$ 70 mil mensais. A dívida acumulada é de R$ 2 milhões, somando as dívidas e atrasos com aluguel, com correção monetária e juros.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal havia ordenado o despejo do estabelecimento no último dia 5. O bar ocupava um espaço de luxo às margens do Lago Paranoá.
A ação na Justiça surgiu após o não cumprimento de um acordo estabelecido em 2015, que redistribuiu as dívidas anteriores acumuladas desde 2014, também pelo não pagamento de contratos do local.
O bar foi avaliado em R$ 7 milhões pela Receita Federal. A assessoria de Russomanno informou que o bar “operou no prejuízo” ao longo dos últimos 12 meses “por causa da crise econômica” e disse que os trabalhadores vão receber os salários atrasados, sem informar valores.
Além do político paulista, a lista de sócios do Bar do Alemão é formada pela filha do ex-deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), Luna Mirah Gomes; pelo empresário Geraldo Vagner de Oliveira, morto em junho em um acidente aéreo em Jundiaí (SP), e pelas empresas Yellowwood Consultoria e Unialimentar Comercio e Serviços Alimentares Ltda. Um dos delatores na Operação Lava Jato e ex-executivo da empresa Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, também participava da sociedade.
De acordo com a assessoria de Celso Russomanno, o grupo de administradores decidiu fechar o estabelecimento e demitir os funcionários, que “terão os direitos trabalhistas pago”. O advogado da empresa proprietária do lote, André da Mata, diz que mais de 50 pessoas foram demitidas.
“Foi constatado que eles não pagaram o aluguel desde 2013 e a dívida com encargos, com o aluguel, o IPTU e até contas de luz chega a R$ 2 milhões. Mas ainda falta o processo trabalhista. Nesse tempo todo eles tentaram continuar no imóvel sem pagar a dívida. Isso é um absurdo”, disse.
Despejo
Em junho, os proprietários foram intimados pelo Tribunal de Justiça do DF a desocupar o estabelecimento voluntariamente em 30 dias. Como não cumpriram a medida no prazo estipulado, uma multa diária de R$ 5 mil foi cobrada após esse período.
O despejo só aconteceu, de fato, depois que a Justiça emitiu uma ordem de desocupação compulsória. No dia da decisão judicial, o Bar do Alemão completava 20 dias de descumprimento da decisão anterior. Somada, a multa alcança R$ 100 mil.