O Banco Central decidiu nesta terça-feira (18) colocar o Banco Master sob regime de administração especial temporária por 120 dias e iniciar a liquidação do conglomerado.

A medida foi anunciada um dia após a Fictor Holding Financeira apresentar uma proposta de compra da instituição controlada por Daniel Vorcaro — e mais de dois meses depois de o BC ter barrado a aquisição pelo BRB (Banco de Brasília).
A EFB Regimes Especiais de Empresas foi designada para conduzir a administração especial temporária.
A liquidação é acionada quando o BC conclui que a instituição não tem condições de se recuperar. Nessa etapa, as operações são encerradas e o banco deixa de integrar o sistema financeiro nacional.
Nesta terça, a Polícia Federal também prendeu Daniel Vorcaro em sua casa em São Paulo. No total, a operação Compliance Zero cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
O objetivo é combater a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras que integram o Sistema Financeiro Nacional.
Fictor anuncia compra do Banco Master
O anúncio do BC acontece após a tentativa da Fictor Holding Financeira — patrocinadora do Palmeiras — de adquirir o Banco Master. A proposta incluía um aporte imediato de R$ 3 bilhões para reforçar a estrutura de capital da instituição, que passa por dificuldades financeiras.
- A Fictor Holding Financeira é um grupo de participações e gestão de empresas, que atua nos setores de serviços financeiros, indústria alimentícia e infraestrutura.
O consórcio, liderado pela Fictor, contou com a participação de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A operação ainda estava sujeita à aprovação do Banco Central do Brasil (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
BRB já tentou comprar
Antes da proposta da Fictor, o Banco de Brasília (BRB) já havia protagonizado uma tentativa frustrada de adquirir a instituição financeira de Daniel Vorcaro.
O BRB e o Master haviam anunciado a operação em março, mas o negócio foi barrado cinco meses depois pela diretoria colegiada do Banco Central — instância máxima do BC, composta pelo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, e mais oito diretores.

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