Em greve desde 30 de setembro, bancários de todo o país realizam assembleias nesta segunda-feira (6) para decidir sobre o fim da paralisação. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a maior parte dos sindicatos já decidiu aceitar proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e voltar ao trabalho na terça-feira (7).
Trabalhadores de bancos privados decidiram finalizar a greve. Porém, em alguns estados, os bancários de bancos públicos optaram por continuar a paralisação. Segundo a Contraf, as propostas do Banco do Brasil foram rejeitadas em Porto Alegre, Curitiba, Paraíba e Roraima. Já as propostas da Caixa Econômica Federal foram rejeitadas em Florianópolis, Bahia, Piauí, Amapá e Roraima. A greve também continua no Banco do Nordeste e no Banco da Amazônia. Tocantins também segue em greve. Trabalhadores dos bancos que tiveram as propostas rejeitadas realizam novas assembleias na terça, segundo o sindicato.
Mesmo assim, Carlos Cordeiro, presidente da Contraf, afirma que a entidade considera que a maioria da categoria decidiu pelo fim da greve. “Nós vamos informar amanhã [terça] à Fenaban que a maioria aprovou a proposta”.
O que está sendo votado em assembleias dos 134 sindicatos de todo o país é a última proposta da Fenaban, que prevê:
– elevar o índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais, de 8% para 9% (2,49% acima da inflação) nos pisos e 12,2% no vale-refeição;
– em relação aos dias parados, a compensação de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha 6 horas, e uma hora no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha 8 horas.
Após receber a proposta da Fenaban na sexta-feira (3), a Contraf-CUT havia informado que o Comando Nacional dos Bancários recomendaria à categoria o fim da greve.
A greve dos bancários começou no dia 30 de setembro e fechou agências em todos os estados mais o DF. A greve foi iniciada apenas em agências bancárias, mantendo o funcionamento de caixas eletrônicos, serviços de teleatendimento e centros administrativos.
No entanto, segundo o sindicato, na quarta-feira (1), bancários de São Paulo e do Rio de Janeiro paralisaram alguns centros de teleatendimento, telebancos, centros administrativos, serviço de apoio ao cliente e central de atendimento em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Os trabalhadores pediam em reivindicação inicial reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pedia aumento nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre outros.
Os bancários também pediam melhores condições de trabalho com o fim de metas consideradas abusivas, combate ao assédio moral, igualdade de oportunidades, entre outras demandas.
Em 2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.
Fonte: G1