De acordo com o site de notícias Stat News, a indústria farmacêutica AstraZeneca, responsável pela vacina de Oxford contra a Covid-19, decidiu suspender os testes do imunizante.
Segundo um porta-voz da empresa, o processo de revisão padrão “desencadeou uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”. Um dos voluntários do Reino Unido desenvolveu uma doença séria por conta do imunizante.
O porta-voz descreveu a pausa como sendo uma ação de rotina, que acontece sempre quando há uma doença potencial sem explicação em algum dos testes. A interrupção acontece enquanto os responsáveis fazem a investigação para manter a integridade da pesquisa clínica.
Segundo fontes do site, a medida é uma “forte precaução” e pode causar impacto na produção das outras vacinas contra a Covid-19.
Nota oficial
A farmacêutica mandou uma nota para a CNN Internacional confirmando a informação. “Nosso processo de revisão dos testes da vacina de Oxford contra o coronavírus, aplicados globalmente de maneira randomizada e controlada, desencadeou uma pausa na vacinação para revisar os dados de segurança. Isso é uma ação de rotina que precisa ser aplicada toda vez que uma doença inexplicada aparece em uma das fases de teste, assim podemos garantir a integridade do processo”, diz trecho do comunicado.
O texto segue: “Em testes aplicados em um grande grupo, doenças costumam aparecer, mas elas precisam ser investigadas com cuidado. Nós estamos estudando cada detalhe para tentar minimizar qualquer potencial impacto no calendário de testes. Nós estamos comprometidos com a segurança dos participantes e com os mais altos padrões de conduta de testes”.
Aposta brasileira
A vacina desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford é a principal aposta do Governo Federal e uma das mais avançadas do mundo. O imunizante está sendo testado no Brasil, e apresentou, até o momento, bons resultados em termos de eficácia e segurança.
Em nota, a Fiocruz confirma que foi informada pela AstraZeneca a respeito da suspensão dos testes clínicos em fase 3 e que “vai acompanhar os resultados das investigações sobre possível associação de efeito registrado com a vacina para se pronunciar oficialmente”.
O Ministério da Saúde já fechou um acordo com a indústria para adquirir 100 milhões de doses e recebê-las no fim de dezembro ou começo de janeiro de 2021. O titular da pasta, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça (8/9) que espera começar a vacinar toda a população no fim de janeiro.
Acordo de segurança
Em comunicado emitido também nessa terça-feira, a farmacêutica afirmou ter fechado um acordo com vários laboratórios ao redor do mundo para “preservar a integridade do processo científico enquanto trabalha para cumprir os registros e as aprovações regulatórias globais das primeiras vacinas contra a Covid-19”.
Com o documento, as empresas se comprometem a seguir as diretrizes estabelecidas por autoridades regulatórias especializadas para manter o rigor e a segurança das vacinas.