Maria José Rocha Lima
O diretor da Escola de Medicina da Universidade George Washington argumenta que o cérebro de uma pessoa idosa é muito mais prático do que se acredita.
“Nessa idade”, observa, “a interação dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro torna-se harmoniosa, o que amplia nossas possibilidades criativas. É por isso que entre as pessoas com mais de 60 anos você pode encontrar muitas personalidades que acabaram de iniciar suas atividades criativas. É claro que o cérebro não é mais tão rápido quanto na juventude. No entanto, ganha em flexibilidade. Portanto, com a idade, somos mais propensos a tomar as decisões certas e menos expostos a emoções negativas. O pico da atividade intelectual humana ocorre por volta dos 70 anos, quando o cérebro começa a funcionar com força total. Com o tempo, aumenta a quantidade de mielina no cérebro, substância que facilita a passagem rápida de sinais entre os neurônios. Devido a isso, as habilidades intelectuais aumentam em 300% em comparação com a média. Também interessante é o fato de que, após 60 anos, uma pessoa pode usar 2 hemisférios ao mesmo tempo. Isso permite que você resolva problemas muito mais complexos”.
O professor Monchi Uri, da Universidade de Montreal, acredita que o cérebro do velho escolhe o caminho que consome menos energia, elimina o desnecessário e deixa apenas as opções certas para resolver o problema. Foi realizado um estudo envolvendo diferentes faixas etárias. Os jovens ficaram muito confusos ao passar nos testes, enquanto os com mais de 60 anos tomaram as decisões certas.
Vejamos as características do cérebro entre as idades de 60 e 80:
1. Neurônios no cérebro não morrem, como todos ao seu redor dizem. As conexões entre eles simplesmente desaparecem se a pessoa não se envolver em trabalho mental. 2. Distração e esquecimento surgem devido a uma superabundância de informações. Portanto, não é necessário que você concentre toda a sua vida em ninharias desnecessárias. 3. A partir dos 60 anos, uma pessoa, ao tomar decisões, não usa só um hemisfério como os jovens, mas os dois ao mesmo tempo. 4. Conclusão: se uma pessoa leva um estilo de vida saudável, se movimenta, tem atividade física viável e é total e mentalmente ativa, as habilidades intelectuais NÃO diminuem com a idade, elas simplesmente CRESCEM, atingindo um pico na idade de 80-90 anos. Então não tenha medo da velhice.
A amiga professora e doutora Sílvia Maria Guerra Anastácio, que compartilhou essa informação, é um belo exemplo dessas possibilidades. Em 2021, foi indicada ao Prêmio Darcy Ribeiro de Educação, pelo trabalho na Universidade Federal da Bahia, como coordenadora do grupo de pesquisa Tradução, Processo de Criação e Mídias Sonoras (PRO.SOM): Estudos de processos de criação em diversos meios e perspectivas literárias da literatura irlandesa. Publicou 15 audiolivros e nove livros. Prêmio Destaque da Iniciação Científica e Tecnológica 2018/2019 do Programa PIBIC, sob sua orientação no período. Finalista da 4ª Edição do Prêmio IPL – Retratos da Leitura – 2019 na categoria Cadeia Produtiva do Livro.
Sílvia Anastácio é mestre em Literaturas de Língua Inglesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); pós-doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e pós-doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Achando pouco, atualmente, realiza estudos, em instituição italiana, sobre Maria Montessori.
A professora e escritora, com esse tremendo currículo, ao compartilhar a pesquisa e suas recomendações sobre as capacidades dos 60+, parece dizer a cada um dos idosos: esforce-se para se desenvolver intelectualmente. Aprenda novos ofícios, faça música, aprenda a tocar instrumentos musicais, pinte quadros! Dance! Interesse-se pela vida, conheça e comunique-se com amigos, planeje o futuro, viaje da melhor maneira possível. Não se esqueça de ir a lojas, cafés, shows. Não se cale sozinho, é destrutivo para qualquer um. Viva com o pensamento: todas as coisas boas ainda estão à minha frente…!!!
FONTE: New England Journal of Medicine.
MARIA JOSÉ ROCHA LIMA é mestre em educação e doutora em psicanálise. Foi deputada de 1991 a 1999. Presidente da Casa da Educação Anísio Teixeira. Psicanalista e dirigente da Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas em Psicanálise – ABEPP-. Membro Clube Soroptimist International Brasília Sudoeste.