Um pequeno quarto com três camas, um vaso de cerâmica e uma arca de madeira foram descobertos em escavação na Villa de Civita Giuliana, a poucos metros do restante da antiga cidade.
Uma equipe de arqueólogos de Pompeia, na Itália, encontrou restos de um “quarto de escravos”, uma descoberta bastante rara para esta vila romana destruída pela erupção do Vesúvio há 2 mil anos.
O pequeno quarto com três camas, um vaso de cerâmica e uma arca de madeira foram descobertos em escavação na Villa de Civita Giuliana, a poucos metros do restante da antiga cidade.
No início deste ano, os arqueólogos haviam descoberto no local uma carruagem romana quase intacta. O cômodo descoberto no sábado (6) teria abrigado os escravos responsáveis pela manutenção e preparação desta carruagem.
“É uma janela para a realidade precária de pessoas que raramente aparecem em fontes históricas, escritas quase exclusivamente por homens da elite”, disse o diretor-geral do sítio arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, sobre a descoberta que ele descreveu como “uma das mais emocionantes” de sua vida como arqueólogo.
Pompeia foi soterrada sob as cinzas quando o Vesúvio entrou em erupção em 79 DC, matando aqueles que não conseguiram deixar a cidade a tempo.
Realidade dos escravos
O cômodo de 16 metros quadrados servia de dormitório e despensa: além de três camas – uma delas infantil – havia oito vasos em um canto. O baú de madeira continha objetos de metal que pareciam fazer parte dos arreios dos cavalos nas carruagens.
“A sala nos oferece uma visão rara da realidade cotidiana dos escravos, graças ao seu excepcional estado de conservação”, informou o parque arqueológico de Pompeia.
‘Família’ escrava
As camas eram compostas por várias pranchas de madeira, que podiam ser ajustadas de acordo com a altura de quem as utilizava.
Duas delas tinham cerca de 1,7 metros de comprimento e as outras 1,4 metros, que poderiam ter pertencido a crianças.
Segundo o parque arqueológico, os três escravos poderiam ser uma família.
Os arqueólogos também encontraram vários itens pessoais sob as camas, incluindo uma vasilha para pertences pessoais, jarros de cerâmica e o que pode ter sido um penico.
A sala era iluminada por uma pequena janela superior e não havia vestígios ou decorações nas paredes.
A escavação faz parte de um programa lançado em 2017 com o objetivo de combater a atividade ilegal na área, que inclui a escavação de túneis para encontrar peças que poderiam ser vendidas em mercados ilegais.
Por France Presse